ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

‘Narcovoo’ com meia tonelada de cocaína abala governo de aliado de Evo na Bolívia

Uma apreensão de quase meia tonelada de cocaína pela alfândega da Espanha que veio à tona há uma semana na Bolívia abala o governo do presidente Luis Arce, aliado do ex-presidente Evo Morales. A investigação foi iniciada tarde e ainda não se sabe quem era o dono da droga e não se chegou a nenhuma organização criminosa, mas cinco membros do baixo escalão do governo foram presos e o presidente da diferente versões sobre o episódio.

Apesar do caso ter se tornado conhecido há uma semana, o chefe da polícia antidrogas, coronel José Illanes, disse que sabia do caso desde fevereiro. A informação foi negada pelo ministro de governo, Eduardo Del Castillo, mas a oposição pressiona Arce.

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Entre os presos estão dois estivadores do Estado de Aviação Boliviano (BoA), o chefe da inteligência policial do aeroporto de Santa Cruz, no leste do país, e dois funcionários de um serviço de transporte marítimo, informou Del Castillo. O chefe regional da BoA e um funcionário do serviço aeroportuário também foram demitidos, enquanto o pessoal antidrogas da polícia foi dispensado.

“Uma quantidade tão grande (de cocaína) não poderia ter sido enviada para a Espanha por apenas duas pessoas… esta não é uma organização que nasceu em nosso país, é uma organização internacional que permeou diferentes instituições”, disse o ministro de governo.

O vice-ministro da Defesa Social, Jaime Mamani, reconheceu ter tomado conhecimento do caso “através de informação e redes sociais” e disse que a partir deste momento abriu um inquérito para apurar o caso.

Para defender Arce das críticas, o ex-presidente da Bolívia e chefe do Movimento pelo Socialismo (MAS), Evo Morales, comentou o caso no Twitter. “Lamentamos que alguns ministros escondam informações do presidente Luis Arce”, disse na semana passada, quando o coronel José Illanes afirmou ter conhecimento do caso.

A enorme carga transportada em BoA mostra a penetração do narcotráfico no governo e a cumplicidade institucional e política”, comentou na mesma rede social o ex-presidente e principal líder da oposição, Carlos Mesa.

Entenda o caso

Em 30 de maio, o Ministério de Finanças e Função Pública da Espanha informou em um boletim que a Administração Aduaneira de Madri havia apreendido 478 quilos de cocaína boliviana que estavam depositados em um depósito no aeroporto de Madri-Barajas.

O confisco ocorreu em 11 de fevereiro, mas não era conhecido publicamente na Bolívia até a publicação do boletim.

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