
Nesta quinta-feira (01/06) a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito da Poluição Petroquímica) da Câmara Municipal de São Paulo recebeu representantes da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Na ocasião, foi divulgado o resultado do Relatório Inquérito Epidemiológico realizado em moradores do entorno do Polo Petroquímico de Capuava em bairros da zona leste de São Paulo na divisa com o Polo Petroquímico de Capuava.
O inquérito epidemiológico comandado pela Secretaria Municipal de Saúde da capital foi solicitado pelo colegiado, teve início em janeiro e contou com três etapas. O objetivo foi investigar a incidência de doenças possivelmente relacionadas à poluição petroquímica nos moradores da zona leste da capital, vizinhos ao complexo industrial. A CPI foi proposta e é presidida pelo vereador Alessandro Guedes (PT).
A base amostral coletou dados de moradores próximos ao Polo Petroquímico nos bairros Sapopemba, São Rafael e São Mateus bem como de regiões distantes, como Jabaquara e Itaim Paulista, a título de comparação levando em conta a estrutura semelhante dessas regiões.
Conclusão
De acordo com o inquérito não há muita diferença no número de casos entre as duas regiões. Para se ter uma ideia, na área de exposição – próxima ao parque industrial – das 2.208 pessoas que participaram do estudo, 102 tiveram algum problema na tireoide diagnosticado, como por exemplo a Tireoidite de Hashimoto, hipotireoidismo e hipertireoidismo, uma prevalência de 4,6%. Segundo a Covisa, não há como afirmar com base nesse resultado que o Polo Petroquímico seria responsável pelo aumento de doenças da tireoide nos moradores da região.
No entanto, 77% dos participantes reclamaram da poluição, de fuligem, ruído e fumaça, enquanto esse número nos bairros mais distantes foi de 26%. “Nossa comissão agora irá produzir o relatório e recomendar que a Prefeitura da capital faça esse acompanhamento muito mais próximo. De acordo com a secretaria de saúde, novos estudos devem ser conduzidos na região da zona leste vizinha ao polo para verificar e monitorar a qualidade do ar. O objetivo será investigar a incidência de doenças relacionadas a emissão de poluentes que podem estar afetando a saúde desses moradores. Vamos acompanhar ”, explicou Alessandro Guedes.
A CPI – A CPI da Poluição Petroquímica foi instaurada há um ano na Câmara Municipal de São Paulo e será encerrada este mês. Ao longo dos trabalhos, o colegiado ouviu mais de 30 pessoas, fez três visitas técnicas (duas às principais empresas do complexo – Braskem, Recap (Refinaria Capuava) e Cabot Brasil- e uma à CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
A Comissão investiga denúncias sobre a poluição e a contaminação ambiental no entorno do Polo Petroquímico Capuava que supostamente prejudica a saúde de moradores de bairros da zona leste da capital próximos ao polo industrial.