A greve dos funcionários da Fundação Casa, entrou nesta quinta-feira (04/05) no seu segundo dia e com a decisão dos trabalhadores de se manterem de braços cruzados. Em audiência de conciliação no dia anterior o governo do Estado acenou com um pedido de trégua e que os trabalhadores voltassem ao trabalho nos próximos 15 dias, até que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltasse de viagem ao exterior, porém, em assembleia, os grevistas recusaram a proposta e mantiveram a paralisação.
A trégua era chamada de um Acordo de Paz, enquanto as negociações prosseguiriam com os trabalhadores em seus postos, mas, ao contrário, a categoria, além de manter os braços cruzados, ainda realizou um ato em frente à sede da Fundação Casa, na Capital com faixas e cartazes.
O ABC possui sete unidades da Fundação Casa, sendo duas em Santo André, duas em São Bernardo, uma em Mauá, uma em Diadema e uma casa de atendimento à menores em semiliberdade em São Bernardo. “Somente na casa dois de Santo André que a adesão ficou abaixo do esperado, tivemos unidade com adesão perto de 100%”, avaliou o diretor do Sitsesp (Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo), Mário Martins Pereira. Nas unidades da região trabalham cerca de 400 pessoas nas funções de agente de apoio socioeducativo, agente operacional, agente educacional, assistente social, psicólogo, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, pedagogo e profissional de educação física.
A categoria exige 15% de reajuste e a Fundação ofereceu inicialmente 5,75% e depois subiu para 6% incidente também sobre os benefícios como vale-refeição, vale-alimentação e auxílios creche e funeral –, aplicável a partir da folha de pagamento de maio, a ser creditada no mês de junho. O governo estadual também diz que realizará as avaliações de desempenho previstas no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) relativas aos anos de 2017, 2018 e 2019, ao longo dos próximos três semestres, viabilizando a possibilidade de progressão funcional nas carreiras.
A Fundação Casa obteve uma liminar que determinou que pelo menos 80% dos trabalhadores sejam mantidos em seus postos. Em caso de descumprimento, segundo a decisão judicial, o sindicato receberá multa de R$ 200 mil por dia. Uma nova audiência de conciliação está marcada para esta sexta-feira (05/05) no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da Barra Funda.