Temos de democratizar a tecnologia e a renda, aponta Aroaldo Silva sobre 1º de maio

“O Dia do Trabalhador é um dia de reflexão e nasceu por causa da luta dos trabalhadores”. É assim que o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Aroaldo Silva, inicia sua reflexão sobre o 1º de maio. Em entrevista ao RDtv, o dirigente aponta a necessidade de que ocorra uma democratização da tecnologia e da renda, como forma de evitar um caos social e assim não criar mais problemas no futuro por causa da concentração existente.

“A gente vem de um período dessa revolução tecnológica e todas essas tecnologias agregadas, com uma concentração de renda nunca vista antes da história da humanidade. Cada dia produzimos mais bilionários, quase trilionários e a gente produz milhões de miseráveis. Então precisamos pensar nesse equilíbrio. Qual mundo vamos ter? E tudo isso impacta no mercado de trabalho”, iniciou.

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“Qual é o emprego que vamos ter para esse trabalhador e trabalhadora? Qual a renda que vamos propiciar para esse trabalhador e trabalhadora? Como os trabalhadores vão se apropriar dessas novas tecnologias? Porque também está tudo concentrado”, questionou o dirigente.

Aroaldo Silva também relatou a necessidade sobre de debater as novas tecnologias de energia limpa e sobre o projeto da Rota 3 da Petrobras, que visa canalizar o gás oriundo do pré-sal (Foto: Reprodução)

As principais preocupações de Aroaldo está no preparo da mão de obra para a inserção cada vez maior de tecnologia, principalmente na área da indústria, um dos principais setores da economia do ABC. A necessidade de uma economia verde com baixa emissão de carbono exigirá, na visão de Silva, a necessidade de um ensino profissionalizante atualizado, com uma visão da indústria 4.0.

Tal preocupação já foi levada para o Governo Federal, principalmente para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O presidente da Agência afirmou que existe um forte debate na União sobre quais serão os próximos passos tecnológicos para que o Brasil possa deixar esse processo de desindustrialização, algo que virou uma preocupação grande no ABC nos últimos anos, principalmente levando em conta a redução da indústria automobilística que tinha as sete cidades como seu berço.

Para tentar levantar cada vez mais esse debate, na próxima terça-feira (02/05) tanto a Agência de Desenvolvimento Econômico quanto o Consórcio Intermunicipal Grande ABC vão receber o secretário nacional da Juventude, Robson Luiz dos Santos. A ideia é iniciar um debate sobre os investimentos em um ensino profissionalizante moderno e que esteja adaptado às novas tecnologias.

Aroaldo Silva também antecipou que uma pesquisa com a juventude também será realizada para entender a visão deste grupo social sobre a indústria e a tecnologia, e o que é necessário planejar para que no futuro não ocorra um caos social que exija ainda mais do Poder Público ações para evitar a miséria da população.

O dirigente considera que todo esse processo deve ser refletido pelos trabalhadores e virar o próximo ponto de luta de todos, pensando na qualidade de emprego e renda, e a consequente redução dos problemas de distribuição de renda existentes no Brasil.

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