As hortas comunitárias são excelente opção para quem deseja adotar um estilo de vida mais saudável e livre de agrotóxicos. Entre os benefícios estão: consumo de vegetais livres, conscientização da preservação do meio ambiente, aproximação com a natureza e, ainda, o combate à fome e geração de renda.
De acordo com Marta Marcondes, bióloga da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), todos podem cultivar a sua própria horta em casa, a depender do espaço físico e dos vegetais que a pessoa deseja ter. “É possível fazer hortas à base de garrafa pets, em canteiros de terra, no chão ou até mesmo em varandas”, explica.
O cultivo de alimentos livres de agrotóxicos são características principais de hortas comunitárias instaladas no ambiente urbano, que além de incentivar a população ao consumo de vegetais “limpos”, valoriza o trabalho da plantação, o espaço e meio comunitário. “Muitas vezes aquela é a única fonte de renda daquela família, então o consumo de vegetais das hortas valoriza, de certa forma, não só o trabalhador que planta e cultiva, mas também o espaço e o trabalho familiar de quem se propôs a trabalhar com isso”, comenta Marta.
Depressão e ansiedade
A coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade e do curso de Gestão Ambiental da Universidade Metodista, Tassiane Boreli Pinato, expõe que o ato de criar a própria horta em casa pode ajudar, também, no combate de doenças relacionadas à depressão e ansiedade. “Criar a própria horta é uma decisão de mudança de hábito e de bem-estar”, afirma. “Além de garantir um bem-estar físico, contribuem para a diminuição de doenças como depressão e ansiedade, ao garantir que o produtor cuide do seu plantio”, diz.
Hortas no ABC
Na região são diversos os pontos com hortas comunitárias. Em Diadema, recentemente foi implementada a 28ª horta comunitária da cidade, através do Programa Agricultura Urbana, na Fatec (Faculdade de Tecnologia), localizada na av. Luiz Merenda, 398, no Campanário. A horta da Fatec é cuidada por 44 pessoas. Além desta, a cidade possui também outras 29 hortas comunitárias que movimentam 487 trabalhadores, entre eles 286 mulheres. Segundo a Prefeitura, 70% dos participantes vendem parte da produção para acrescentar à renda familiar. Endereços: portal.diadema.sp.gov.br/hortacomunidariadiadema/
Ribeirão Pires possui uma horta comunitária localizada no terreno da Casa da Acolhida. No local são cultivadas hortaliças e ervas aromáticas para temperos que atendem, exclusivamente, pessoas em situação de rua que utilizam o equipamento. Em média, são 40 pessoas atendidas diariamente. O grande diferencial dessa horta é que os próprios frequentadores podem plantar e colher o alimento.
Para as pessoas interessadas em cultivar sua própria horta em casa, o município oferece apoio através do Viveiro Municipal, que está passando por reforma. Após a finalização das obras, o espaço contará com a produção de mudas e compostagem com objetivo de capacitar os moradores a montarem hortas em casa.
Em Mauá há três hortas comunitárias oferecidas pela Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional que oferece formação, qualificação e geração de renda para famílias, além de produção de alimentos saudáveis para o próprio consumo. As hortas estão situadas na Comunidade Vila São José – Vila São José, Parque Ecológico da Gruta de Santa Luzia – Jardim Itapeva, e no ECOSOL – Jardim Sônia Maria.
Já em São Bernardo há 16 hortas urbanas coordenadas pela Associação Global de Desenvolvimento Sustentado (AGDS). Além destas unidades, há duas que estão sob gestão da Prefeitura – uma fica na Rua dos Vianas e outra no Parque dos Pássaros – e outras 10 vinculadas a comodatos particulares. As hortas comunitárias ficam nas ruas Afonsina, Juquiá, Rio Verde, Rio, Dourados, Santo Inácio, Uberaba, da Transmissão, Sapucaí, Paranapanema e Caminho do Mar, no Rudge Ramos, além de Rua Líbero Badaró, na Paulicéia. A primeira horta foi instalada em 1984, na rua Juquiá, 209, no Rudge Ramos.
São produzidas, mensalmente, cerca de 32 toneladas, sendo, especialmente, plantados diversos tipos de alfaces, rúcula, almeirão, couve-manteiga, escarola, espinafre, salsinha, cebolinha, pimentas e pimentões, chicória, alho-poró, rabanete, repolho, beterraba e cenoura, bem como ervas condimentosas e medicinais. Os espaços são abertos à população, mas em horários matinais.
Educação ambiental
Santo André, através do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) realiza atividades, palestras e cursos de sensibilização e educação ambiental em escolas, faculdades, empresas e também junto aos munícipes. Além disso, também são oferecidos cursos presenciais, virtuais ou híbridos que são voltados exclusivamente para professores da rede municipal e que tratam de temáticas ambientais que podem ser utilizadas em sala de aula.
A autarquia também promove campanhas educativas e e visitas monitoradas a equipamentos de educação ambiental, como o Aterro Sanitário e Parque do Pedroso.
Sem hortas
São Caetano informa que não possui hortas comunitárias, porém conta com hortas em alguns CISEs (Centro Integrado de Saúde e Educação) para utilização de hortaterapia para seus frequentadores. Rio Grande da Serra também não possui hortas comunitárias.