Muitos podem ser os fatores para desencadear um momento explosivo de estresse. Irritar-se extremamente com algo é um risco que todos correm. O problema é quando a situação passa de um momento esporádico para um traço de personalidade, e irritação, gritaria e nervosismo ficam cada vez mais constantes. É o que a psicóloga da ABC Aprendiz, Vanessa Kern de Godoy, chama de “pavio curto”. Segundo a especialista, ninguém nasce de “pavio curto”, tampouco é uma doença “’Pavio curto’ é a imaturidade emocional que resulta no traço de personalidade construído com o tempo. Deve-se principalmente à criação familiar. Geralmente eles têm dificuldade em lidar com limites”.
Os problemas em ser “pavio curto”aparecem logo no primeiro emprego, quando a pessoa precisa lidar com frustrações ou quando nem tudo é feito conforme a vontade dela. Em momentos assim, o comportamento do “pavio curto” é discutir, elevar a voz, ter explosões de raiva. “Intolerância e muitas vezes falta de educação podem ser marcas do ‘pavio curto’” explica Vanessa. Segundo ela, este tipo de pessoa também pode ser isolado e exigir que os colegas “pisem em ovos” para falar e conviver com eles.
Mas e quando nós somos o “pavio curto” da história? Conforme a psicóloga, há tratamento para pessoas com o traço de personalidade, que deve ser percebido e reconhecido pelo próprio paciente “Ele precisa procurar ajuda profissional quando percebe que o comportamento causa transtornos no trabalho e nas relações pessoais”. Intolerância, impaciência e grande irritação com coisas pequenas são indícios do comportamento problemático. Se o paciente está em tratamento, a dica é respirar fundo e persistir no tratamento, pois conforme Vanessa, o problema construído durante anos não será resolvido do dia para noite, “Há terapia com profissional de psicologia para ajudar quem sofre com isso, e no dia a dia o paciente deve exercitar o autocontrole”.
Já para lidar com pessoas com o comportamento explosivo e irritadiço, a psicóloga orienta esperar a hora certa para mostrar que aquele tipo de reação não é normal “Nunca se deve discutir com o ‘pavio curto’ no alto da irritação. O ideal é esperar passar aquele momento, se manter distante ou tentar acalmá-la”.