É um fator cultural no Brasil que as mulheres se cuidam muito mais que os homens. Porém, ainda há necessidade de maior conscientização dela sobre a importância da realização de exames básicos, como a mamografia e o Papanicolau, que previnem contra os cânceres de mama e colo de útero, respectivamente. O comentário é do médico Sérgio Makabe, ginecologista obstetra e diretor da área de medicina da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), convidado pelo RDtv para falar sobre a saúde feminina, em razão do Dia Internacional da Mulher (8 de março). Os dois tipos de cânceres são curáveis quando diagnosticados no início, alerta.
O Ministério da Saúde indica que mulheres, a partir do 50 anos, realizem mamografias a cada dois anos. “Se a paciente tiver histórico familiar deve realizá-los antes”, enfatiza o médico. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a realização do exame a partir dos 40 anos de idade. O autoexame também deve ser feito periodicamente. “De preferência no período menstrual, quando as glândulas ficam mais palpáveis”, explica.
Já o Papanicolau pode ser realizado a cada três anos, no caso de dois resultados negativos consecutivos. Hoje sabe-se a relação entre o HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano) e este tipo de câncer, então vale redobrar a proteção durante as relações sexuais.
Outra dúvida frequente é sobre o momento para iniciar as visitas ao ginecologista. O médico recomenda que seja logo após a primeira menstruação, chamada de menarca, que hoje em dia ocorre por volta dos nove anos de idade, embora as consultas com o pediatra possam continuar sendo realizadas normalmente.
O médico comenta sobre a pobreza menstrual, fato que acomete algumas mulheres que não têm acesso aos itens básicos de higiene devido a questões econômicas e sociais. Makabe afirma que essa situação aumenta o risco de infecções urinárias e vaginais, o que impacta diretamente na saúde da mulher. O especialista diz que a abordagem da paciente hoje é diferente de antigamente. “Hoje falamos mais abertamente sobre sexualidade e libido, por exemplo. O ginecologista é o clínico geral da mulher”, ressalta.