A nova legislatura da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) começará em 15 de março, porém, as pautas já são de conhecimento público, principalmente o debate sobre a privatização da Sabesp. Em entrevista ao RDtv nesta quinta-feira (02/03), o deputado estadual reeleito Teonílio Barba (PT) deixou claro que quer enfrentar a “pauta privatista” do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) e afirma que o novo chefe do Executivo paulista “não terá vida fácil”.
“Nós somos a bancada de oposição e o Tarcísio não terá trégua. Nós vamos enfrentar todos os projetos privatistas dele, porque ele tem uma assanha muito maior do que do João Doria pela privatização. Ele quer privatizar a Sabesp, o Metrô, as estradas, as linhas ferroviárias, ele quer privatizar tudo aquilo que tem o Estado e que presta um serviço com o mínimo de qualidade para o povo paulista. Vamos enfrentar esse debate e ele não terá vida fácil”, disse o parlamentar.
A possível privatização da Sabesp, ainda em estudo, será um dos primeiros pontos em debate. Barba pretende conversar com os prefeitos e fazê-los entender sobre os possíveis prejuízos que a venda da Companhia Estadual de Saneamento Básico pode causar nos futuros investimentos necessários em cada cidade.
Além dos estudos, o assunto em si foi um dos temas da viagem do governador à Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, em janeiro. Tarcísio tentou entender se há interesse internacional pela Sabesp e chegou a ter reuniões com possíveis investidores.
Mesa Diretora
Enquanto aguarda o início dos debates, Barba já pensa no dia da posse para o novo mandato, em 15 de março. No mesmo dia terá a eleição da Mesa Diretora e o seu nome foi definido pela bancada petista para representá-la na Primeira Secretaria.
“Ocupar a Primeira Secretaria é uma tarefa muito importante, porque ajuda a definir qual é o debate que vamos fazer na Assembleia, como vamos ocupar as comissões permanentes, como vamos ocupar o Conselho de Ética, como será a atuação da bancada e da oposição dentro da Assembleia, como será a briga pela autonomia e pela independência em relação ao Governo”, explicou.
O deputado explicou que as escolhas respeitam um rito de proporcionalidade, descrita no regimento interno da Casa, e da cultura da própria Assembleia. A presidência sempre fica com um indicado do governo, no caso o deputado André do Prado (PL) será o líder do Legislativo. A segunda maior bancada indica o integrante da Primeira Secretaria e a terceira maior bancada indica o segundo secretário.
Porém, Barba afirmou que houve quem cogitasse não dar espaço ao PT, segunda maior bancada da Alesp (ou primeira, empatada com o PL, se levar em conta os partidos da federação PT/PCdoB/PV). “Houve alguns momentos, alguns deputados querendo discutir a saída do PT da Mesa. Os deputados que compõe as maiores bancadas entenderam que não era correto e que tinha que manter o PT na Mesa. Mas sempre há esse debate”, disse.