ABC - domingo , 19 de maio de 2024

Clubes e CBF viram vitrine e ganham com investimento do agronegócio no futebol

Com uma quantia de US$ 159 bilhões (R$ 821 bilhões) em exportações no último ano, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o agronegócio tem sido a locomotiva da economia brasileira. No âmbito esportivo, o segmento, que emprega mais de 19 milhões de pessoas, fomenta o futebol nacional e incentiva diversos times e torneios.

Poucos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro não possuem parceria com empresas que tenham ligação com o agro. Todos os times considerados grandes apresentam contratos com companhias voltadas para o ramo, além do próprio torneio, que é patrocinado pela GIROAgro.

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“O agronegócio no Brasil é um dos segmentos econômicos de maior evolução e capacidade de gerar riquezas, ajudando a reduzir as disparidades sociais. É o motor do Brasil e uma das grandes paixões nacionais, como também é o futebol. Somos uma das poucas empresas do setor que é 100% nacional e conectar a nossa marca com o futebol brasileiro tem tudo a ver com a nossa essência e com as nossas origens”, afirma Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro.

Em vários locais do País, o desenvolvimento do futebol passa pelo incentivo recebido do agronegócio. De acordo com o último levantamento publicado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Mato Grosso obteve o segundo melhor lugar do ranking em geração de empregos do setor agropecuário de 2022. O Cuiabá, único representante do Estado na primeira divisão, exibe no uniforme de jogo o apoio da Agro Amazônia.

“O futebol tem recebido cada vez mais patrocínios de empresas ligadas ao agronegócio e o Cuiabá está inserido nisso porque faz parte de um importante estado desse segmento. Para o Dourado contratar reforços tem sido fundamental os acordos que realizamos durante anos com o ramo. A Agro Amazônia, que é um dos nossos patrocinadores, é uma empresa que vem crescendo muito nos últimos anos e tem condições de investir no esporte. Para o Cuiabá esse crescimento do investimento do agro no futebol é muito bom”, diz Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá.

No mesmo sentido, Fábio Pizzamiglio, presidente do Juventude, comenta sobre a importância do agronegócio na história recente do clube. O mandatário fala ainda sobre os acordos realizados pelos times de cidades que possuem o agro como fonte de riqueza e desenvolvimento. “O agro brasileiro vem crescendo muito acima da maioria dos setores da economia, e isso obviamente é refletido nas ações de marketing. O futebol surfa nessa onda nos últimos anos, através de grandes patrocínios da área. No caso do Juventude, especificamente, um dos poucos grandes clubes que se localiza no interior do Brasil, em uma região que tem vínculo com a agricultura, recebemos apoio de grandes marcas de insumos para o agro, como, por exemplo, a New Holland”, afirmou.

O Athletic Club, SAF de São João del-Rei (MG) que disputará a Copa do Brasil e a Série D do Brasileiro, é outra agremiação que faz parte dessa lista. Hoje, o time tem a empresa Alexandre Tratores, da concessionária Stara (linha brasileira de máquinas agrícolas) como patrocinadora. A marca conta com exposição no uniforme, no backdrop de entrevistas e nas placas de publicidade.

“Minas Gerais é um estado muito forte no agro. Acredito que é essencial firmar parcerias com empresas desse tipo, porque todos nós temos o objetivo de fortalecer a nossa região, cada um em sua área de atuação. Quando nos unimos, colaboramos para o crescimento da economia local, seja por meio do agro ou por meio do esporte”, afirma Marcelo Leal, diretor executivo do Athletic.

Em 2022, o agronegócio representou 47,6% do valor total exportado pelo Brasil e conta com projeção da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) de crescimento de até 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Dentro do âmbito futebolístico, 85% dos clubes do Brasileirão contam com o apoio do ramo.

Renê Salviano, CEO da Heatmap, empresa especializada em marketing esportivo e que intermediou o contrato entre a CBF e a GIROAgro, explica sobre a relação do agro com o futebol nacional: “É muito importante que nós, brasileiros, entendamos a importância do agro para o país, que pode ser considerado como um verdadeiro motor da economia. Aqui na agência estamos estudando muito este segmento e estamos apaixonados com o que temos aprendido. Acredito que ainda crescerá muito esta dobradinha do agro com o futebol”.

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