Em relatório divulgado nesta segunda-feira (06/02), o Crea-SP alerta o governo do Estado para o iminente colapso do sistema logístico estadual, entre as principais vias, o Sistema Anchieta-Imigrantes, que corta o ABC. Com mais de 46 milhões de habitantes, São Paulo é o estado mais populoso do País, e para atender este contingente, é necessário maior infraestrutura de transportes e logística.
O documento foi entregue ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), pelo presidente do Conselho, Eng. Vinicius Marchese, que destacou os macrogargalos, pontos críticos e soluções alternativas para resolver as principais questões de transportes de carga e de pessoas do Estado. “São Paulo tem o melhor sistema rodoviário do Brasil, mas a sobrecarga existente hoje vai levar ao colapso se nada for feito”, diz. “O que entregamos ao governo é um estudo técnico que apresenta soluções possíveis de serem aplicadas para evitar isso”, pontua Marchese.
Uma cópia do estudo já havia sido entregue também anteriormente ao secretário de Governo, Gilberto Kassab.
Especialmente sobre o Sistema Anchieta-Imigrantes, o documento detalha que os estudos de diagnóstico mostraram que, especialmente a Anchieta, na pista sul, e outros trechos na ligação com o porto e com a SP 055 já se encontram saturados ou na iminência de atingir os seus níveis de capacidade de projeto. “Esses gargalos afetam especialmente os fluxos de caminhões destinados ao porto de Santos e ao polo industrial de Cubatão”, detalha o relatório.
O equacionamento do problema, com sua solução integral, leva em conta as projeções de expansão do porto, exige a revisão completa das funcionalidades atuais de todos os modos de transportes entre o Planalto e a Baixada, visando a exploração de seu potencial, com destaque para o modo ferroviário. Requer também a análise da possibilidade de expandir as operações portuárias com base em posições remotas, tipo inland ports, para aliviar Santos e racionalizar os fluxos terra-mar.
Um aspecto especial deste projeto se refere ao detalhamento das matrizes OD de contêineres associados ao comércio externo. Isto porque este segmento de carga tem hoje algo como 97% do volume de contêineres alocados ao modo rodoviário, descendo pela Rodovia Anchieta, visto os caminhões não trafegam na descida pela Imigrantes.