Com o objetivo de alertar sobre um exame indispensável, o Dia Nacional da Mamografia, comemorado neste domingo, 5 de fevereiro, teve como objetivo promover reflexão sobre a necessidade de se cuidar e olhar com carinho para a saúde.
A partir do diagnóstico precoce, é possível encontrar lesões em estágios iniciais e barrar que o câncer de mama avance com o tratamento. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é estimado que durante o triênio 2023/2025 cerca de 74 novos casos da doença sejam identificados no Brasil.
A partir do rastreamento mamográfico – desde que realizado periodicamente – diversos estudos mostram que a redução da mortalidade por câncer de mama pode ter um impacto de 25% a 40%. “Quando a doença é descoberta cedo, os tratamentos podem ser menos agressivos, além de terem uma maior chance de sucesso. A boa notícia é que 95% dos diagnósticos precoces têm chances de cura”, comenta Daniel Gimenes, médico oncologista.
A mamografia é um exame simples. Em um mamógrafo, a mulher fica de pé em frente ao aparelho e duas placas pressionam as mamas tanto na vertical, como na horizontal. Para ter uma melhor imagem, o técnico pedirá para a paciente prender a respiração por alguns segundos. “Em média, o exame pode durar cerca de 20 minutos no máximo”, explica o oncologista.
Idade adequada
Paciente acima dos 40 anos pode realizar anualmente o exame para detecção precoce do câncer de mama, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Já entre os 50 e 69 anos, de acordo com o Ministério da Saúde, a mamografia de rotina pode ser realizada a cada dois anos, desde que a mulher não tenha sinais ou sintomas da doença.
Quando o procedimento é realizado fora da faixa etária, em mulheres com menos de 40 anos, pode ser indicado para complementar o diagnóstico de nódulos na região. Porém, vale lembrar que apenas o médico poderá recomendar a necessidade ou não da mamografia em situações como essa.
Segundo Daniel Gimenes, o exame pode trazer alguns riscos quando feito antes dos 40 anos. Além disso, o diagnóstico de câncer de mama em mulheres abaixo da faixa etária é raro – representa apenas cerca de 10% dos casos. “Por causa de uma maior densidade da mama, o exame pode trazer falsos negativos. Além disso, realizar a mamografia antes dos 40 anos expõe a mulher a uma radiação que não é necessária naquele momento”, comenta.
Mama com silicone
Quem tem silicone pode fazer mamografia. A prótese não irá atrapalhar o exame, mas é necessário que a paciente avise sobre o silicone. “O mamógrafo não irá furar a prótese. A diferença é que podem ser necessárias mais imagens durante o exame, assim como a manobra de Eklund – que consiste em afastar o silicone para que não haja distorção dos resultados”, comenta Daniel.
Por causa da radiação, a mamografia é contraindicada na gravidez, mas pode ser realizado normalmente em outras situações. A radiação emitida no procedimento é baixa e não causa complicações.
A vacina contra a covid-19 pode causar erros de interpretação na mamografia. Por causa do aumento de linfonodos no braço em que a paciente recebeu a vacina, a situação pode ser interpretada erroneamente como um sinal de câncer de mama – uma vez que a doença também apresenta esse desdobramento. O INCA recomenda que a mamografia de rastreamento seja feita entre quatro a seis semanas após a vacinação contra a covid-19.
Amamentação e gravidez
Mulheres que fazem amamentação não podem fazer mamografia. O exame não é recomendado caso a mulher também esteja grávida. Em situações como essa, o médico poderá solicitar outros exames de rastreamento que não sejam prejudiciais para a mãe e para o bebê, como o ultrassom.
O autoexame não substitui a mamografia. Apenas auxilia na detecção de nódulos palpáveis, mas não substitui a realização da mamografia. “Por isso, caso note sintomas, como alterações de formato, da pele ou tamanho das mamas, procure um médico o quanto antes para avaliação e diagnóstico correto”, diz Daniel Gimenes.