Apesar do mês de janeiro, normalmente, registrar queda no valor médio da cesta básica, em 2023, o cenário foi diferente no ABC: o preço apresentou uma leve alta no período. O engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá de Benedeto, comenta que, ao analisar os 34 produtos que compõem o consumo estipulado de uma família com dois adultos e duas crianças durante 30 dias, foi possível notar aumento de 0,65% no valor da cesta, cerca de R$ 7 a mais em relação ao mês anterior.
Em entrevista ao RDtv, Vezzá esclarece que durante o mês de janeiro ocorrem as férias escolares e, historicamente, o preço da cesta básica costuma se manter ou ter recuo. “Mesmo tendo aumentado, o valor não é muito expressivo. Isto é uma notícia relativamente boa, já que nos últimos três meses, a variação foi sempre mais de 5%”, explica o engenheiro.
Em comparação ao mesmo período de 2023, o valor da cesta básica teve aumento de R$ 145,90, cerca de 14,5%. “Em janeiro de 2022, o preço total da pesquisa estava em R$ 1.022,84, primeira vez que a cesta passava dos mil reais e, no mesmo mês deste ano, está na média dos R$ 1148,74. Durante todo o ano, os valores foram maiores de 1000, o que é preocupante mas ainda há esperança de que estes valores voltem a diminuir”, reforça.
O especialista expõe, ainda, que entre os 34 produtos, 22 aumentaram nos preços, mas, o preço da cebola, da banana e do tomate finalmente tiveram queda. “O preço da cebola estava em uma onda de crescimento e, trata-se de um produto de muito uso no dia-a-dia. E, mesmo com as enchentes e as fortes chuvas, a banana teve queda de 5,12% em janeiro”, relata.
Mesmo com o ano de 2022 considerado como o “menos problemático” desde o início da pandemia da covid-19, o pesquisador aponta que os resquícios da pandemia, principalmente, na influência na inflação ajudaram na subida de preços. Outro ponto é a Guerra na Ucrânia que tem impactado no preço de alguns produtos, como pães e hortaliças, principalmente por causa da importação de trigo e dos fertilizantes, exatamente oriundos dos países que estão neste conflito.
A pesquisa é feita em grandes redes de supermercados da região, exceto os atacados. “Avaliamos os preços na Coop, no Carrefour, no Sonda, no Nagumo, no Joanin e no Extra. Apesar dos bons preços dos ‘atacarejos’, não utilizamos eles na pesquisa já que buscamos por preços pela mesma quantidade de produto nos locais pesquisados ”, finaliza Vezzá.