ABC - quinta-feira , 2 de maio de 2024

Revitalização e ampliação da Ceasa seguem apenas na promessa em S.André

Placas anunciam o investimento de R$ 200 milhões na modernização do complexo – Foto: Repórter Diário

Passados 21 meses do anúncio da concessão da Ceasa (Central de Abastecimento de Santo André), sob promessas de expansão e revitalização, nada mudou. O complexo, localizado no bairro Santa Teresinha, continua a atrair críticas de consumidores, que vão do sentimento de falta de segurança a mau cheiro das caçambas de lixo que adentra o mercado. Por sua vez, o governo do prefeito Paulo Serra (PSDB) alega que a pandemia da covid-19 gerou o atraso para o início das intervenções.

Atualmente, a estrutura está sob concessão do Consórcio Nova Ceasa ABC, vencedora do certame, finalizado em abril de 2021 pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). As adequações deveriam começar em até seis meses após a homologação da documentação, ou seja, em outubro daquele ano, porém, nada mudou no espaço, que segue com iluminação precária, caçambas com lixo dentro e ao seu arredor, problemas de pavimentação nos acessos de veículos e poças de água, além do mato alto não ser raridade no local.

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A empresa vencedora da concessão de 35 anos da Ceasa precisa investir R$ 200 milhões na modernização do complexo, que inclui a cozinha central, de onde sai a merenda escolar das crianças matriculadas na rede municipal de ensino. O edital também previa a ampliação dos atuais 63 boxes para 216, para o comércio de hortifrutigranjeiros, além da revitalização das instalações internas e do estacionamento.

Pedras estão soltas nas ruas internas da Craisa (Foto: Repórter Diário)

Três vezes por semana, o feirante Clovis José Duarte, 59 anos, vai à Ceasa. O espaço moderno prometido pelo governo andreense ainda não contempla os olhos do consumidor. “Não vejo diferença nenhuma, segue a mesma coisa. É difícil estacionar, há sensação de insegurança, iluminação, tudo isso daí tem problemas. Dependendo do dia que você vai, é sem condição mesmo, quando há muita gente. E quando entro, há três caçambas (de lixo) cheias, fica o mau cheiro dentro do mercado”, relata.

Além da revitalização e ampliação do espaço, a concessão do complexo também aumentaria a oferta na geração de emprego e renda. Hoje, o equipamento garante 1,5 mil postos de trabalho direto e outros 4,5 mil indiretos. Com a reforma, esses números saltariam para 5 mil e 15 mil, respectivamente. As intervenções também triplicariam o número de pessoas atendidas, atualmente entre 4 mil e 6 mil frequentadores.

Caçambas de lixo cheias exalam mau cheiro dentro do mercado – Foto: Repórter Diário

Em nota, a Prefeitura de Santo André, junto à Craisa, afirma que a execução do contrato foi suspensa temporariamente, a pedido do consórcio Nova Ceasa ABC, durante o período crítico da pandemia do coronavírus, mas que a concessionária já realiza os preparos do projeto, a fim de iniciar as obras. A previsão, segundo a administração municipal, é que os primeiros reparos do complexo comecem ainda neste semestre.

*Colaborou Wilson Guardia

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