A Petrobras anunciou nesta terça-feira (24/01) que vai reajustar o valor da gasolina nas distribuidoras. A estatal prevê aumento de 7,5%. O preço médio do combustível passará de R$ 3,08 para R$ 3,31. Segundo a estatal, o primeiro aumento do ano, está atrelado a paridade internacional, ou seja, um ajuste por conta da elevação do barril do petróleo no mercado.
Roberto Leandrini Jr, presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista e Derivados de Petróleo do ABC), explica que na bomba, o consumidor vai pagar no mínimo R$ 0,06 a mais por litro.
Para o professor Volney Gouveia, gestor adjunto da Escola de Gestão e Negócios da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), explica que a elevação da gasolina faz parte de uma política estratégica do governo. “É uma transição da Petrobras alinhada ao preço internacional do petróleo. A ideia é o de não repassar o reajuste para o diesel, por exemplo, pois este combustível impactaria em toda uma cadeia econômica”, diz.
A gasolina representa 20% de tudo o que a Petrobras produz. O produto, em escala é menos utilizado pela indústria e transporte, ante o diesel, com isso gera-se menos impacto e demonstra ao mercado certa “responsabilidade financeira”.
Leandrini, no entanto, avalia que o impacto maior virá em março, quando o governo vai retomar a cobrança dos impostos, retirados na gestão anterior e isso vai representar um aumento de 20% na bomba.
Na avaliação de Volney, para sustentar os preços em patamares aceitáveis pelo consumidor, a União deve agir com a criação de um funde de estabilização para financiar os custos da Petrobras. “Há dois caminhos para isso, aportar recursos do Tesouro, para isso é preciso tributar mais a renda e simplificar mais o sistema tributário, desta forma será possível subsidiar os combustíveis”, afirma.