Nelson Barbosa será diretor de Crédito à Infraestrutura do BNDES

O futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, ainda tem uma vaga a indicar para a diretoria da instituição, mas, antes disso, a liberação de dois diretores já anunciados e que são servidores federais, os ex-ministros Nelson Barbosa e Luiz Navarro, aponta quais serão suas funções. Barbosa será diretor de Crédito à Infraestrutura; Navarro, de Compliance.

O nome de Barbosa e da também ex-ministra Tereza Campello foram os primeiros a serem aventados para a diretoria de Mercadante. Dias antes do Natal, num encontro com empresários em São Paulo, o futuro presidente confirmou a indicação dos dois para sua diretoria, mas não deu detalhes sobre quais funções assumiriam. Após o encontro, disse a jornalistas que Barbosa e Campello deveriam trabalhar nas áreas em que têm expertise.

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Barbosa, que trabalhou no Ministério da Fazenda comandando pelo ex-ministro Guido Mantega e depois seria ministro do Planejamento e da Fazenda, no segundo governo Dilma Rousseff, teve a cessão autorizada pela Universidade de Brasília (UnB), onde é professor. Conforme o ato publicado no Diário Oficial de União (DOU) desta quinta-feira, 12, Barbosa foi cedido para “exercer a função de Diretor de Crédito à Infraestrutura” do BNDES.

Na estrutura organizacional do banco, as diretorias não têm função previamente determinada. Conforme cada gestão, a diretoria supervisiona determinado conjunto de áreas, operacionais ou de apoio à atividade – as áreas são comandadas por superintendentes, cargo imediatamente abaixo dos diretores, na hierarquia.

Nas gestões do BNDES durante os governos do PT, a diretoria “de infraestrutura” cuidava das áreas operacionais responsáveis por estruturar os financiamentos a empresas que tocam projetos de rodovias, ferrovias, aeroportos, de infraestrutura elétrica, de telecomunicações, etc. Os projetos, geralmente, são objeto de concessão pública.

Nas gestões do BNDES a partir do governo Michel Temer (MDB), as áreas responsáveis por estruturar os financiamentos aos projetos de infraestrutura foram diminuindo suas operações. Ao mesmo tempo, a área de estruturação de projetos de concessão foi ganhando musculatura.

Na gestão de Gustavo Montezano, que ocupou a maior parte do governo Jair Bolsonaro (PL), o movimento foi acelerado – a diretoria de infraestrutura não cuidava da concessão de financiamentos, mas sim da estruturação das concessões, ou da “fábrica de projetos”. Os financiamentos ficavam a cargo da diretora de Garantia à Infraestrutura, Solange Vieira.

No mesmo encontro com empresários às vésperas do Natal em São Paulo, Mercadante anunciou para a diretoria os nomes de Alexandre Abreu, ex-CEO do banco Original, que também presidiu o Banco do Brasil (BB) entre 2015 e 2016; do economista José Luis Gordon, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii); de Natalia Dias, CEO do Standard Bank Brasil; de Luciana Costa, presidente no Brasil do banco francês de investimentos Natixis; e de Navarro, que foi ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) entre março e maio de 2016.

Ao responder a jornalistas na saída do encontro com empresários, Mercadante não precisou qual seria a função de Navarro, que é consultor legislativo de carreira do Senado Federal. Segundo portaria do Senado publicada no DOU desta quinta-feira, 12, a cessão de Navarro para o BNDES foi aprovada, para “exercer o cargo de Diretor de Compliance”.

Na noite de quarta-feira, 11, Mercadante anunciou que Helena Tenório, funcionária de carreira do BNDES, será a diretora responsável pelas áreas de recursos humanos e operações. Com o anúncio, feito em entrevista ao canal de TV por assinatura GloboNews, já foram indicados oito membros da futura diretoria. Há ainda uma vaga – pelo estatuto do BNDES, a diretoria é formada pelo presidente e mais nove membros.

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