O ABC segue o debate sobre as possibilidades abertas pelo novo plano de reindustrialização feito pelo Governo Federal, a partir do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Os especialistas ouvidos pelo RD Momento Econômico – Debate desta sexta-feira (16/02) apontam a necessidade de os empresários cumprirem uma “lição de casa” antes de apresentar qualquer proposta que visa conseguir um financiamento para seu futuro investimento.
O presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano, Alexandre Damásio, e o gestor do curso de Ciências Econômicas e gestor adjunto da Escola de Gestão e Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Volney Gouveia, consideram que as empresas precisam passar por um pente fino em suas finanças para que possam entender se contam com potencial financeiro para uma proposta de financiamento.
“Isso é jogo para quem está preparado. Se você não está preparado e precisa tapar buraco, o teu jogo não é aqui. O jogo é de quem tem meta, tem planejamento, de quem hoje está olhando em como vai fazer nos próximos 18 meses e esse é um grande mérito”, inicia Damásio.
Alexandre aponta uma lista de situações que precisam ser feitas antes de qualquer movimentação junto ao BNDES. O empresário aponta a necessidade de a empresa melhorar sua parte fiscal/contábil, evitar ou parar com as confusões sobre seu patrimônio, ter planejamento, ter comprovação de receita e ter capacidade de pagamento. Damásio aponta que em muitas situações, financiamentos não são obtidos pela falta de uma simples verificação destes aspectos.
“O preparo das empresas para alcançar esse crédito também é importante. Hoje não é fácil simplesmente apresentar um pedido de empréstimo e obter esse empréstimo rapidamente. É preciso estar em condições de fazê-lo. E uma das condições é não ter o nome negativado, não ter pendências fiscais junto a Receita Federal, não responder a processos judiciais, ou seja, para garantir que os empréstimos que são concedidos sejam pagos e retornados para o banco”, segue Volney.
A parte burocrática é uma exigência para que a empresa não transforme um financiamento em uma dor de cabeça futura. Se o empresário está com tudo em ordem com esta primeira parte, a próxima preocupação é apresentar um projeto que possa alcançar as expectativas do BNDES, no caso, gerar emprego e renda, trazer modernidades e um plano de crescimento futuro que seja factível.
Gouveia aponta que a própria USCS conta com um programa junto a comunidade para que empresários possam entender quais são seus gargalos e resolvê-los da melhor forma possível. Assim, evitando as dores de cabeça que impedem empréstimos ou financiamentos junto aos bancos de fomento.