A Capital Federal foi alvo do maior ataque às instituições desde a promulgação da Constituição de 1988. Um grande grupo de bolsonaristas invadiu as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário neste domingo (08/01). Depredação, destruição de obras de arte e agressão à policias foram vistas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emitiu decreto para uma intervenção federal na área de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal. Até às 11h da noite 300 pessoas foram presas em flagrante.
As ações iniciaram por volta do meio-dia. Escoltados por integrantes da Polícia Federal, o grupo (reforçado por ônibus que chegaram ao longo dos últimos dias) foi até a Praça dos Três Poderes. Prontamente iniciaram uma invasão ao Congresso Nacional. Subiram a rampa e depois invadiram o prédio. Os principais salões e alguns gabinetes foram vandalizados. Alguns chegaram a ocupar a Mesa Diretora do Senado.
Enquanto isso, um outro grupo partiu para a sede do STF (Supremo Tribunal Federal). Destruíram o plenário dos ministros, invadiram gabinetes, quebraram objetos e chegaram a saquear alimentos que estavam na geladeira. Vidros foram quebrados parcialmente ou totalmente.
Um outro grupo partiu para o Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente da República. Invadiram algumas salas, inclusive a destinada ao trabalho da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja. Só não entraram no gabinete presidencial, pois existe uma blindagem que acabou impedindo a invasão.
Alguns policiais iniciaram um contra-ataque, porém, não conseguiram afastar os invasores prontamente. Assim que chegou o reforço aconteceram os primeiros afastamentos. As forças de segurança controlaram primeiro a sede do STF, na sequência do Palácio do Planalto e por fim, o Congresso Nacional.
Mesmo assim houve resistência e foi iniciada uma varredura para o grupo antidemocrático fosse levado em direção a rodoviária, local próximo ao acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ainda durante o processo de retomada, Lula, que estava em Araraquara, acatou um pedido do Ministro da Justiça, Flávio Dino, e assinou um decreto de intervenção federal na Secretaria Distrital de Segurança Pública. O interventor escolhido é o secretário-executivo do Ministério, Ricardo Cappelli.
O presidente da República retornou à Brasília por volta das 21h. Lula foi até o Palácio do Planalto e na sequência visitou a sede da Suprema Corte, local em que junto da Ministra Rosa Weber, presidente do STF, outros ministros e parlamentares, fez uma rápida reunião para entender os danos causados.
Somando as pessoas presas em flagrante pela Polícia Militar e a Polícia Legislativa, 300 já estavam sob custódia até a atualização realizada ás 23h. A expectativa é que número possa aumentar, principalmente levando em conta a possibilidade de prisão de quem está no acampamento.
Nesta segunda-feira (09/01) será realizada uma sessão extraordinária do Congresso Nacional para a votação do decreto de intervenção federal na Segurança do DF. Os governadores foram convocados para uma reunião com o presidente para pensar em uma forma de dar fim a qualquer nova tentativa de insurreição contra a democracia.