
Atribuições de aulas na rede estadual de ensino têm causado desconforto entre os professores da categoria O. Os docentes, não-concursados e contratados por períodos determinados, reclamam da metodologia aplicada pela Secretaria Estadual de Educação na distribuição das aulas.
Segundo os professores, a divisão está atrelada à produtividade. Com isso, aqueles que optaram por carga horária maior têm preferência de escolha em detrimento daqueles com maior pontuação e com muitos mais anos de atuação na rede estadual. “Os professores que escolhem uma carga de trabalho de 32 horas/aulas, passam na frente daqueles com mais bagagem e experiência, o que fere o estatuto do magistério”, conta a professora Viviane Santolajia.
Os professores mais experientes explicam o motivo de optarem por menos horas aulas. Dizem que as condições ofertadas pelo Estado não possibilitam as ideais de trabalho nas unidades escolares. “Pessoas, talvez mal informadas, eu não as culpo, atribuíram 32 horas/aulas, mas nós, professores mais calejados, com mais experiências, sabemos dos problemas da falta de respaldo para o trabalho, sem espaço físico para ficar na escola, ou seja, uma série de outras razões que nos fizeram optar por 20 horas/aulas”, explica a professora Fatima Maria de Jesus.
Inconformados, os docentes se reúnem nesta terça-feira (27/12), na porta da Secretaria Estadual de Educação, região central de São Paulo, para protestar contra a metodologia. Cada cidade do ABC, em maior ou menor número, programa caravana para o ato, com saídas previstas para as 8h. Ao todo, docentes de 91 diretorias de ensino de todo o Estado participam da manifestação.
Sindicato
A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de Paulo) diz que não está na organização do protesto, mas acompanha as demandas dos professores. O sindicato ainda exemplifica ter tomado ações para resolver a questão das atribuições de aulas.
“Considerando os problemas que têm ocorrido no processo de atribuição de classes e aulas, que envolvem a priorização da atribuição para aqueles que optaram por maiores jornadas e cargas horárias, causando distorções e prejuízos a grande número de docentes, e, também, graves problemas na classificação dos professores temporários (categoria O), a Apeoesp protocolou na sede da Secretaria Estadual da Educação requerimento de suspensão do processo de atribuição até que esses problemas possam ser resolvidos”, diz o comunicado do Sindicato dos Professores.
Ainda de acordo com a entidade sindical, diante da ausência de resposta da Secretaria de Educação ao ofício encaminhado pela Apeoesp, se fez necessário o ajuizamento de mandado de segurança coletivo, para a suspensão da atribuição e seu reinício após todos os erros serem corrigidos”.
Reposta do governo