A concessionária responsável pela gestão do Tersa (Terminal Rodoviário de Santo André) promove uma série de intervenções no local com objetivo de melhorar a apresentação e atrair mais usuários e empreendedores para os espaços comerciais. A ação é uma resposta a críticas sobre a redução de saídas de ônibus para várias partes do País, que têm sido apontadas por usuários.
A direção do consórcio diz que todos os equipamentos que garantem acessibilidade, como escadas rolantes e elevadores, funcionam e o próximo passo é trazer as linhas de ônibus urbanos, que fazem ponto do lado de fora, para dentro do terminal, com mais conforto para os usuários e aumento da circulação de pessoas no espaço.
Moacir Silva é um dos usuários que considera que o serviço poderia melhorar. Silva costumava usar o terminal para visitar cidades do chamado Circuito das Águas, que inclui as cidades de Lindóia, Águas de Lindóia, Serra Negra e Socorro, todas em São Paulo, e do circuito das Malhas, como Monte Sião, no sul de Minas Gerais. “Quando foi inaugurado pelo prefeito Celso Daniel (PT) – assassinado em 2002 –, o Tersa tinha partidas para todos os lugares do País e até para a Argentina, mas as empresas foram saindo, ao mesmo tempo em que deixaram de fazer manutenção no local. Hoje a gente até compra passagem nos guichês de lá, mas para sair do Tietê ou Barra Funda, sem falar que tem um monte de guichês fechados”, reclama.
O gerente da concessionária, André Raoni Lopes Leite, nega o problema, mas admite que algumas empresas fecharam guichês. “Isso é uma questão das empresas. Nós não temos como interferir, o que podemos fazer é criar condições para elas ficarem, como estamos fazendo com incentivos para as que colocarem os guichês poderem fazer publicidade”, explica.
As instalações, como gradis e telhados, foram recuperados e pintados, inclusive telhas translúcidas foram instaladas. Segundo a concessionária, faltam ser pintadas apenas as vigas azuis, que exigem trabalho especializado, mas que deve ser feito em breve. A direção também garante que o elevador e as escadas rolantes funcionam e oferecem acessibilidade. Segundo Leite, passam pelo Tersa de 40 mil a 60 mil pessoas por mês. O número mais alto de passageiros é esperado para o fim do ano. O aumento do movimento já é sentido no terminal. “Nos finais de semana à noite o movimento já é grande, lota aqui”, comenta o gerente.
Outra iniciativa para atrair mais passageiros é trazer o ponto de ônibus urbano, hoje do lado de fora do terminal. O ponto de parada dos coletivos fica embaixo da passarela que liga o terminal à estação Prefeito Saladino da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitano). “O objetivo é aumentar a circulação de pessoas, o consumo nas lojas e, ao mesmo tempo, oferecer conforto para os passageiros que estarão mais seguros e em local mais confortável para esperar o ônibus. O projeto das intervenções necessárias para essa mudança foi entregue esta semana à Prefeitura e a obra deve levar um mês”, diz Leite.
Empreendedores
O Tersa abriu um espaço na sua passarela com custos baixos para empreendedores que queiram utilizar o espaço para vender seus produtos. São estandes compactos, confeccionados com palets. “O custo é baixíssimo e é uma oportunidade para o comerciante que trabalha na rua e pode vir para cá com mais segurança”, explica.
André Raoni Lopes Leite diz também que os espaços comerciais têm preço bem atrativo. “Estamos em uma região valorizada, aqui os boxes de 50 metros quadrados custam muito menos que qualquer imóvel fora do terminal. Nossa intenção é ocupar esses espaços e ter mais arrecadação para investir em mais algumas reformas”, diz. Outra mudança feita no terminal foi a jardinagem das áreas do entorno. Uma técnica de reaproveitamento do resíduo da poda é utilizada na adubação.
Uma das reformas que ainda precisam ser feitas é o conserto das escadas rolantes que ficam na parte de trás, na área chamada de terminal urbano, mas onde poucas linhas urbanas fazem ponto. “As escadas estão paradas, porque houve vandalismo e roubaram muitas peças caras, então o conserto envolve um valor alto e depende de aumentarmos a arrecadação. Hoje o usuário tem de subir pela escada a pé, mas também pode, se quiser, usar o elevador”, completa.