A endometriose é uma doença ginecológica crônica, benigna e de natureza multifatorial, que acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva. Os primeiros sintomas podem ocorrer com o aparecimento de uma dor pélvica crônica, ao menstruar, durante relações sexuais, ao defecar, ou se manifestar por meio de inchaço abdominal e alterações da urina no período menstrual.
O coordenador de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital e Maternidade Christóvão da Gama (HMCG), de Santo André, Raphael Garcia Moreno Leão, ressalta que a infertilidade pode ocorrer em razão da doença. “Entre 25% e 50% das mulheres inférteis são portadoras de endometriose, enquanto 30% a 50% das que têm endometriose apresentam infertilidade. É uma doença que afeta muito negativamente a vida da mulher, atrapalhando no trabalho, na vida social e na vida conjugal, podendo levar a quadros de ansiedade e depressão”, afirma.
Raphael explica que a suspeita do diagnóstico da endometriose começa com o relato dos sintomas característicos, associado ao exame físico. “Mas, para confirmar a presença da doença e determinar o estadiamento é necessário realizar alguns exames, como ultrassom pélvico, transvaginal, além da ressonância magnética.”
O tratamento pode ser apenas clínico, ou até cirúrgico, por isso é importante um bom acompanhamento completo do médico. O tratamento clínico é eficaz no controle da dor pélvica e deve ser o tratamento de escolha na ausência de indicações para cirurgia, melhorando os sintomas e qualidade de vida. “Pode se receitar progestagênios, um hormônio sintético com propriedades semelhantes à progesterona produzida pelos ovários, ou pílulas anticoncepcionais combinadas”, explica o médico.
Hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada, controle do peso e prática regular de atividade física com orientação profissional são essenciais. “Terapias complementares, como a fisioterapia e psicoterapia, podem ser indicadas para ajudar no manejo da dor e convívio com a endometriose no dia a dia”, adverte Raphael.
Já a cirurgia é indicada para casos mais graves e quando o tratamento clínico não der resultados. “As cirurgias dentro do Christóvão da Gama são realizadas por videolaparoscopia, minimamente invasiva e com um tempo de recuperação menor”, destaca.
Centro de Endometriose HMCG
O Hospital e Maternidade Christóvão da Gama (HMCG) conta com o Centro de Endometriose, um núcleo exclusivo para o diagnóstico e tratamento da doença. O Dr. Raphael Garcia Moreno Leão, que é o coordenador da área de ginecologia e obstetrícia do HMCG, explica que “o serviço foi criado para proporcionar um acolhimento completo para as mulheres que sofrem com a doença”.
O centro de endometriose do HMCG foi criado para oferecer atendimento com médicos especializados e com grande experiência na doença, explica Raphael. “O Hospital conta com equipamentos de ponta para o tratamento cirúrgico da doença, além de urologistas, cirurgiões coloproctológicos e outros especialistas que dão o suporte a essas mulheres quando é necessário”.
“Temos, também, o suporte de equipe multidisciplinar com psicólogos, nutricionistas e outros profissionais, além do ambulatório de dor. Contamos, ainda, com radiologistas especializados para o diagnóstico de endometriose. Além disso, a paciente do centro de endometriose do HMCG é acompanhada por uma enfermeira navegadora específica, que estará em contato com ela durante todo e tratamento, auxiliando no que for necessário, e também por seis meses, no mínimo, após a alta”, ressalta o médico.
As pacientes podem chegar ao Centro de Endometriose do HMCG de várias maneiras, conta Raphael. “Através de demanda espontânea, pelo ambulatório, pelo pronto socorro do Hospital ou, ainda, por encaminhamento de médicos. Em relação às pacientes que são atendidas e tratadas no núcleo de endometriose por encaminhamento de médicos externos, esses profissionais recebem atualizações periódicas sobre o tratamento. Quando termina, as pacientes são encaminhadas de volta para eles”, completa.