
As prefeituras do ABC estão com orçamentos maiores em 2022 para serviços de zeladoria, porém as queixas da população são diárias. Munícipes reclamam de buracos nas ruas, árvores com raízes que estouram calçadas, asfaltamentos malfeitos e outros problemas no espaço público urbano. Diadema, Ribeirão Pires e São Bernardo aumentaram este ano mais 48,8%, 30,5% e 13,3%, respectivamente, em relação à zeladoria de 2021.
Em São Bernardo, o orçamento previsto é de R$ 281,1 milhões contra R$ 247,9 milhões ano passado. A maior demanda tem sido na varrição de vias e logradouros e o recapeamento de ruas, este realizado gradativamente por meio do Programa Asfalto Novo – mais de 400 quilômetros de vias foram recuperados na cidade. Solicitações de serviços podem ser feitas pelo telefone 0800-770 8156 ou portal www.saobernardo.sp.gov.br/
Buracos mal reparados
O bairro Baeta Neves, em São Bernardo, nos últimos meses se tornou alvo de reclamações por conta dos buracos e asfaltamentos irregulares. Moradores se queixam da quantidade de buracos, que prejudicam automóveis e pedestres. “Somos obrigados a ficar desviando dos buracos, com risco de acidentes. Mesmo quando os buracos são tampados, em poucos dias, já estão abertos de novo”, reclama uma moradora que não quis se identificar.
Em resposta, a Prefeitura informa que promove a recuperação asfáltica de diversas ruas da cidade. No bairro, viabiliza a recuperação em 52 vias, somando 226.000m² de extensão de asfalto. “Ao todo, estão sendo investidos nesta região aproximadamente R$ 35 milhões nas intervenções e cerca de 70 mil pessoas serão beneficiadas. Além da troca asfáltica, as melhorias incluem nova sinalização horizontal e vertical”, informa.
Mauá não informou o orçamento de zeladoria e também é alvo de queixas. O bairro Jardim Zaira, após meses de reclamações sobre falta de água, agora sofre com as más condições que a rua Manoel de Nascimento se encontra depois de obras da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O morador Martins Rosa reclama que muitos carros não conseguem trafegar pela rua. “Já faz uns 20 dias que fizeram estas obras e, deixaram a rua na lama, que está entrando nas nossas residências, não sabemos mais o que fazer”, diz.
A Sabesp informa que realiza no local obras para regularizar o abastecimento em áreas de vulnerabilidade social. A Companhia esclarece que as valas dos serviços estão aterradas para evitar riscos de acidente. “A previsão de término de recomposição do pavimento é até a próxima semana, dependendo das condições climáticas favoráveis à execução dos trabalhos”, informa a companhia.

Árvore cresce e atinge esgoto
No bairro Santa Paula, em São Caetano, a reclamação é da falta de zeladoria das calçadas. Na rua São Paulo, uma árvore cresceu tanto que as raízes danificaram não só a calçada mas a tubulação de esgoto, além de ter entortado o portão de uma residência. André Luiz Justino, residente do bairro, diz que se mudou para o local este ano e, desde fevereiro, tem comunicado o Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental) que a árvore precisa ser retirada. “O último retorno foi em agosto e apenas podaram a árvore, não retiraram. Meu protocolo na ouvidoria segue aberto até hoje”, expõe.
O Saesa informa que existe um processo de supressão da árvore localizada no passeio deste endereço. O mesmo encontra-se em processo de análise na autarquia.

Calçada esburacada
Em Diadema, moradores do bairro Campanário reclamam da situação da calçada da rua Jacuí, toda esburacada. Para evitar acidentes, os pedestres precisam caminhar pela rua. Segundo relatos, diversas pessoas já quase caíram por conta das irregularidades da calçada. A preocupação maior é em torno de quem tem dificuldade de locomoção.
O morador Cosmo Maciel relata que os buracos começaram em razão de uma árvore com raízes grandes que estufou o solo e estourou a calçada. “A rua é movimentada e temos um ponto de ônibus bem ali. Muitas pessoas passam naquela região, mas precisam desviar dos buracos. Imagina se um dia alguém cair e se ferir gravemente? de quem vai ser a culpa?”, questiona. A Prefeitura diz que vai vistoriar o local e notificar o proprietário para fazer a manutenção da calçada.
As prefeituras de Mauá, Rio Grande da Serra, Santo André e São Caetano não informaram o orçamento em 2022 para zeladoria.
(Com informações de Victória Castilho)