Marcado para o próximo dia 19/09 o julgamento de Anaflavia Meneses Gonçalves e da sua ex-companheira Carina Ramos de Abreu, corre risco de novamente ser adiado. Essa é a terceira tentativa de se realizar o júri dos acusados pelo crime que aconteceu na noite do dia 27 de janeiro de 2020 quando foram mortos e tiveram os corpos queimados Romuyuki Veras Gonçalves, 43, Flaviana Martins Meneses Gonçalves, 40, e o filho do casal, Juan Victor Gonçalves, de 15 anos. Além das duas acusadas, também respondem pelo crime os primos Juliano de Oliveira Ramos Júnior e Jonathan Fagundes Ramos e o amigo deles, Guilherme Ramos da Silva. O júri dos três está marcado para 21 de novembro.
A primeira tentativa de julgar os cinco acusados foi em 21 de fevereiro deste ano, mas uma testemunha faltou e a defesa definiu que o depoimento desta pessoa era importante e não abriu mão dele, o júri então foi remarcado para o dia 13/06. Na ocasião, toda a estrutura foi montada no Fórum de Santo André, mas a defesa de Carina pediu adiamento do julgamento pois acabara de assumir sua defesa. Ele também representa o réu Guilherme Ramos da Silva. O juiz Lucas Tambor Bueno aceitou a argumentação da defesa e então redesignou o júri para o dia 19/09, e agora um novo pedido da defesa de Anaflavia pode adiá-lo novamente.
Segundo o defensor de Anaflavia, Leonardo José Gomes, a defesa já tem um laudo psiquiátrico da ré, que atesta insanidade, só que esse laudo é particular, e agora foi feito um pedido para que a Justiça determine nova perícia médica. “Ela está muito abalada, parece que está caindo a ficha de tudo que aconteceu somente agora para ela. A gente percebe que ela está fora da realidade. Se esse novo laudo atestar que ela está fora do normal, nem vai a julgamento”, explicou.
Para a família não há outra possibilidade senão que Anaflavia pague pelo que cometeu seja em um presídio ou em um manicômio judicial. Diogo Reis, primo da vítima Flaviana também disse que os consecutivos adiamentos do crime que completou dois anos e oito meses, só entristecem ainda mais a família. “Para nós é muito triste, se cria uma expectativa pelo julgamento e não somos informados oficialmente, ficamos sabendo pela imprensa. Até agora não fomos notificados, mas já sabemos que não vai ter julgamento no dia 19. Isso é muito ruim porque é um ciclo que não se fecha”.
Diogo disse também que a defesa de Anaflavia está apenas ganhando tempo. “Ela não vai fugir do braço da lei, vai pagar seja no presídio, sena no manicômio. Não dá para ela não pagar, pois a culpada de matar pai, mãe e o irmão é ela; os outros não eram família. Esses adiamentos são mais uma prova do quanto a nossa Justiça é fraca e dá tempo para os criminosos encontrarem desculpas enquanto aguardam julgamento”.
O advogado Epaminondas Gomes de Farias, que representa a família, e que atua como assistente de acusação ao lado do Ministério Público, disse que mais um adiamento prejudica tanto a família das vítimas, que clama por justiça, como também os próprios réus. “Além do pedido de feito pela defesa da Anaflavia, a defesa da Carina também pediu adiamento hoje (12/09); o dr Fábio (Gomes da Costa) alegou problemas de saúde e o atestado apresentado fala de repouso por 20 dias, então o julgamento dela também não deve acontecer no dia 19. Entendemos as decisões da defesa, mas estão abrindo mão do olhar da justiça para com as rés presas que precisam de celeridade maior. O luto da família não cessa e os réus também têm direito à celeridade, mas eles (advogados de defesa) têm 40 anos para fazerem essas manobras. O importante é que o julgamento se dê com a segurança jurídica necessária e que venha a pena máxima”, analisa.