Comerciantes e empresários dos mais diversos setores estão encontrando dificuldades em fechar suas planilhas de custos principalmente no último ano com a alta dos produtos, principalmente os de limpeza e higiene pessoal. A cesta básica, pesquisada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), mostra que esse tipo de produto sofreu aumentos que variam de 24,85% a 160,48% entre julho de 2021 a julho deste ano, enquanto que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 10,07%.
O sabão em pó foi o item que mais subiu dentre os 33 itens pesquisados pela Craisa, onde estão incluídos também os produtos alimentícios. O aumento no último ano foi de 160,48%. O pacote de 1,78 quilo passou de R$ 4,79 para R$ 12,48. O detergente em embalagem de 500 ml teve aumento de 24,85%, o sabão em barra, pacote com cinco unidades subiu 43,70%. Passando para os produtos de higiene o creme dental subiu 43,8% e o papel higiênico 34,51%.
Sara Luci Ferreira, mantenedora e diretora da Recreação Infantil Pequenos Campeões Baby e diretora do Colégio Espaço Jean Piaget/Mackenzie, ambas em Diadema, diz que tem investido mais horas de trabalho na pesquisa de mercado para os produtos de limpeza que compra no atacado. “A forma que encontramos foi a pesquisa no atacado, no varejo os preços estão muito acima. Fazemos as compras por atacado, com pesquisa de custo e benefício e somente após a pesquisa e que a aquisição é concretizada. Não é possível a compra em um único atacadista, e a opção de delivery auxilia bastante”.
A diretora diz que apesar dos aumentos, o custo maior acaba absorvido pela escola. “Os valores não são repassados aos pais, pois temos um contrato vigente até 31/12/2022. Nossa região não comporta um aumento nas mensalidades, corre-se o risco de baixa demanda de procura e não podemos correr riscos neste momento de retomada da economia”, avalia.
“Como a despesa aumentou muito, o uso responsável é indispensável”, explica Sara. Os produtos vendidos à granel, sem marca, como aqueles que passam em caminhões nos bairros, não são opções para a mantenedora. “Não vale a pena e também não é permitido, pois temos que registrar tudo em anexos com a nutricionista; a saúde e responsabilidade na compra são indispensáveis”, conclui.
O chef Melchior Neto, proprietário do Gema Restaurante, que fica no Bairro Jardim, em Santo André, disse que a dificuldade é grande que as contas fechem no fim do mês. Ele está em um segmento bastante pressionado também pela alta dos preços dos alimentos. “Os produtos, não só os de limpeza, mas especialmente os insumos não param de subir. Só esse semestre, alteramos duas vezes nossos cardápios. Atualmente quando fecha a conta no final do mês e empata já é uma vitória”, comenta.
Veja abaixo os itens da Cesta Básica pesquisada pela Craisa: