Corecon lança boletim para analisar a conjuntura econômica do ABC

O Corecon (Conselho Regional de Economia) de São Paulo acaba de lançar o Boletim de Conjuntura Econômica do ABCDMRR, um compêndio de índices econômicos da região que conta também com artigos de representantes das prefeituras, economistas, representantes de entidades de classe e de instituições como a Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC, cujo presidente, Aroaldo Oliveira da Silva assina o primeiro artigo do boletim. O presidente do Corecon, Pedro Afonso Gomes, e o delegado regional do conselho, o professor Antonio Fernando Gomes Alves, participaram do RTDv desta quarta-feira (16/03) e detalharam como foi feito o boletim que terá edições mensais.

“É uma forma de atuar com a atualidade do ABC, a informação é fundamental para decisões, para traçar planos de políticas de desenvolvimento econômico. Estamos lançando uma base de dados por meio de entidades como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos), para que a sociedade possa se apropriar. O boletim cumpre o papel econômico de fazer uma síntese, mas cumpre um papel de cidadania também, com informação com qualidade”, disse Alves.

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O presidente do Corecon disse que ao reunir diversos setores da economia, da indústria, do comércio e de serviços o conselho tenta apresentar óticas diferentes de cada segmento. “Cada um colocou de sua forma. São pessoas confiando que a coisa vai dar certo, que vai ter mais investimento, que o consumo vai aumentar. Várias ênfases para a mesma perspectiva, pois nenhum de nós consegue conhecer o todo, sabemos parte”, disse Pedro Afonso Gomes.

O presidente do Corecon considera que os hábitos de consumo mudaram e a economia deve se adequar a uma nova realidade. “Com a pandemia houve mudanças de hábitos da população, a gente não sabe se isso vai ser mantido. A forma de produzir, quantidades e alocação de recursos vão mudar. Hoje se consegue produzir muito bem virtualmente. Estamos falando das formas diferentes do comércio se organizar e de empregos, não só os empregos com carteira assinada, mas o trabalho. Até mesmo os impostos vão ser alterados; os entes públicos estão se mexendo para verificar, nessa nova forma de economia, como suas finanças vão ser alteradas. Com menor volume de negócios o ISS (Imposto Sobre Serviços) teve queda e, para compensar, as prefeituras aumentaram o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Isso ainda vai se ajeitar por um período, mais um ano”.

O professor e delegado regional do Corecon disse que o objetivo é reunir todos os dados econômicos da região neste boletim e apresentar a análise segmentada. A indústria foi o foco deste primeiro número, os demais vão focar outros segmentos, abril, por exemplo terá foco no comércio. “O boletim unifica as atividades econômicas do ABC. Não é atoa que começa com o artigo da agência que tem um papel importante tanto no âmbito privado, como público. O boletim está aberto para que todos indiscriminadamente façam suas matérias que são autorais e mostrar esse diagnóstico sempre mais diversificado. Não é só trazer dados econômicos, mas mais do que isso, trazer elementos para que se pensem alternativas, benefícios e resultados para a nossa região. A delegacia regional é um órgão dentro do Corecon que tem o papel para dar farol a esses municípios”, disse Antonio Fernando Gomes Alves.

Segundo Alves a proposta é levar uma informação acessível a qualquer um. “Não é falar economês para economês, é falar de maneira acessível para todos”. O delegado regional destacou um dos gráficos do estudo, o que cruza o grau instrução com a renda média. “Com a renda média do ABC percebo para onde canalizar os investimentos. Somos região que carece de investimento e de emprego, penso que esse olhar sensível do empresário, do comerciante, do trabalhador, é o olhar para o bolso; se não tivermos uma política clara para melhorar a renda, como vamos melhorar a indústria? Os jovens estão desmotivados a estudar e isso pode mudar sua condição econômica. O gráfico mostra que o aumento da qualidade de vida está ligado ao grau de formação. Isso também é para o jovem que sai tão desalentado do Ensino Médio”.

O presidente do Corecon, Pedro Afonso Gomes, diz que a saída da crise não depende apenas do governo, ou dos empresários, depende também do trabalhador. “A forma de melhorar a renda é a qualificação. Com relação a pressionar os governos federal e estadual, estamos numa confusão, pois as contas públicas parecem cada vez piores, há dificuldade de investimento, mas poderia haver um planejamento. Quem tem que se mexer são os empresários, os trabalhadores, os empreendedores e os investidores. Não fiquemos esperamos muito não (do governo), pois quem sofre são as pessoas. Vai ser necessário que se pressione os governos e, se não houver ajuda, temos que buscar nós mesmos”, conclui.

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