Com o avançar da vacinação e a consequente queda de parte das restrições, os buffets iniciaram o processo de retomada na busca de reduzir os prejuízos causados pela pandemia da covid-19. Donos destes estabelecimentos celebram o bom número de pedidos e relatam que a procura está próxima do que ocorria antes do novo coronavírus, porém, com a expectativa de lucro voltada apenas para o próximo ano.
Seguindo ainda os protocolos de uso de máscaras, e em alguns municípios a exigência do passaporte da vacina, os eventos e festas começaram a ser retomados de fato na região a partir de outubro do ano passado. E mesmo com a crise econômica e alta dos preços, muitas pessoas fizeram questão de realizar suas respectivas comemorações.
“Se não fosse a Ômicron estaríamos com 100% como era antes da pandemia, porque os meses de outubro e novembro foram muito bons nas vendas, estamos com bastante procura. Não houve uma parada, continuamos vendendo, apenas deu uma diminuída na procura”, explica Adriana Faveri, dona do Buffet Brica Piá, em Santo André.
Adriana explica que a redução em janeiro foi de 30% em comparação a outubro e novembro, mas que mesmo assim os números seguem bons. Tal fato é também visto por Marcelo Paulin, proprietário do Ilha de Capri, em São Bernardo. “Eu sinto que está quase o mesmo movimento, com as mesmas condições de antes da pandemia, tanto para a procura de reservas de datas quanto as festas acontecendo”, aponta o empresário que considera que o patamar de procura está em 90% do que estava acontecendo antes do início da pandemia.
Sobre o número de convidados existe uma situação que depende do patamar de confiança das pessoas. Em alguns casos o número de participantes acaba sendo menor do que pré-lista de convidados, exatamente por causa do nível de transmissibilidade da variante Ômicron. Em outros casos, com a demonstração dos protocolos adotados pelos funcionários que vão participar da festa, outras pessoas se sentem melhores e até a lista tem que ser aumentada.
Em relação a valores, Adriana ainda trabalha com tabela de janeiro de 2020 e não aceita realizar festar para menos de 50 pessoas. No caso de Marcelo Paulin, os valores cobrados acompanharam a inflação. Mas ambos consideram que ainda há um caminho longo pela frente para os buffets, principalmente levando em conta os prejuízos e a crise econômica. Apesar disso a confiança segue sendo grande.
Tal fato foi visto na pesquisa feita pela Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais), que aponta a expectativa de que o número de casamentos no primeiro semestre de 2020 será 47% maior do que no mesmo período do ano passado.
“O mercado está reprimido, existem muitas pessoas e empresas que aguardavam o momento ideal para realizar os eventos tão sonhados, sem contar os muitos que tiveram de ser adiados”, comentou Beto Moreira, presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC).