O juiz Alexandre Chiochetti Ferrari, do Foro de Rio Grande da Serra, negou provimento ao mandado de segurança do vereador Elias de Lima Meneses, o Elias Policial (Podemos), que pedia o encerramento de uma das comissões processantes contra o prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB) por supostas irregularidades. Elias alegava que foi pressionado pelo presidente da Câmara, Charles Fumagalli (PTB), a se colocar como impedido de participar do sorteio que definiu o grupo que analisaria as acusações oriundas da CEI (Comissão Especial de Investigação) do Fura-Fila da Vacina.
O parlamentar alegou que Charles pressionou para que se autodeclarasse impedido por causa do parentesco de sua esposa com a servidora Silvia Maria Rodrigues da Silva, acusada de ter tomado a primeira dose da vacina contra o Covid-19 na época em que apenas os profissionais da Saúde e idosos estavam entre os vacináveis. Silvia trabalhava na Secretaria de Obras, mas foi “emprestada” para a pasta da Saúde.
Tal fato foi levantado na CEI e apontado como um dos problemas que podem causar a cassação de Claudinho. Elias considera que não haveria problemas em sua participação na comissão processante, pois o investigado seria o chefe do Executivo e não Silvia. E que como teve direito ao voto para a aprovação ou não do processo de impeachment, também teria o direito de participar do sorteio da composição do grupo, porém, não foi incluído.
O parlamentar também relembrou que Charles deveria se declarar impedido na votação, pois teria interesse direto em uma possível cassação, pois sua irmã é a vice-prefeita Penha Fumagalli (PTB), que assumiria o cargo em caso de cassação do mandato de Claudinho.
Ferrari não aceitou os argumentos, pois considera que Elias só foi apresentar uma possível irregularidade dois meses após o ocorrido. “No plano de fundo, o fato de haver aguardado tanto tempo para impetrar o presente mandado de segurança acabou por tornar sem efeito a impugnação, apesar da relevância da fundamentação invocada”.
O pedido do parlamentar é apenas mais um capítulo da luta jurídica travada por Claudinho da Geladeira que tenta impugnar os dois processos que têm contra si. Com nove dos 13 vereadores de Rio Grande da Serra na oposição, o entendimento nos bastidores é que dificilmente o tucano conseguiria uma vitória no Legislativo. Os pedidos de impeachment devem ser analisados até dezembro.