A prefeitura de Mauá anunciou nesta sexta-feira (22/10) início das obras de construção da nova rodoviária da cidade que terá o nome de Nova Estação. Já neste sábado (23/10) uma parte do entorno rodoviária atual será isolado com tapumes para a instalação do canteiro de obras e o início das primeiras intervenções. O prefeito Marcelo Oliveira (PT) participou do RDTv desta sexta-feira e falou sobre a obra e também sobre a expectativa de recursos para a área de saúde, entre eles a verba pleiteada junto ao governo do Estado de R$ 3 milhões para custeio do Hospital Dr. Radamés Nardini.
Diariamente passam pela rodoviária cerca de 200 mil pessoas e o novo equipamento terá um investimento estimado de R$ 60 milhões, mas prefeitura não terá gasto nenhum porque a construtora vai ter a concessão do espaço por 35 anos, período em que poderá recuperar o investimento com a locação do espaço para lojas. O local terá, além das plataformas de embarque espaço para aproximadamente 400 lojas, podendo gerar até 6 mil empregos, com praça de alimentação e área de convivência.
“Esse é um local histórico, a Praça 22 de novembro tem a história de Mauá, foi ali a primeira reunião de autonomia da cidade. Desde que o Oswaldo (Dias – PT) assumiu em 1996 que a gente tem dialogado por esse novo terminal que estamos chamando de Nova Estação”, disse o prefeito. Ele explicou também que as obras devem durar 24 meses. “É um novo terminal, vai abaixo tudo o que tem lá para construir um novo. A empresa vai ter a concessão por 35 anos que vai poder negociar esses boxes então não vai ter custo da prefeitura na construção do terminal”, detalha.
De acordo com Oliveira quem utiliza o terminal rodoviário diariamente e a conexão com o trem não vai sentir grandes mudanças nestes dois meses. Em janeiro as estruturas principais devem começar a serem erguidas e alguma mudança no posicionamento das baias pode ocorrer. “Vai começar primeiro do lado esquerdo de quem vai da estação de trem para a rodoviária, e depois que terminar vai para o lado direito. Se percebermos que trânsito ficou mais intenso podemos passar para uma baia na avenida Capitão João”, disse o prefeito.
De qualquer forma as intervenções vão ser negociadas e o projeto apresentado para os ambulantes que hoje ocupam o local e que somam cerca de 50 comerciantes. A prefeitura quer também apresentar o projeto e dialogar com a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) a Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), o Sindicato dos Rodoviários e os taxistas. Aproveitando as mudanças que virão com a Nova Estação, a prefeitura faz estudos para duas novas linhas de ônibus, uma delas entre os bairros Itapeva e Guapituba, que evitaria o uso do trem para parte dos passageiros, e outra ligando os bairros Jardim Zaíra e Paranavaí ao Sônia Maria.
Nardini
Marcelo Oliveira também falou da grande expectativa de ter a principal demanda da cidade atualmente atendida pelo governo do Estado; a verba de R$ 3 milhões para custeio do Hospital Nardini, que atende não apenas moradores da cidade, mas de Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e parte da Capital. “A prefeitura recebia R$ 1 milhão por mês até o governo passado e por falta de prestação de contas, nós não recebemos mais. O Nardini tem hoje um custeio em torno de R$ 9 milhões. Apresentamos a proposta de R$ 3 milhões, através do Consórcio Intermunicipal. O vice-governador (Rodrigo Garcia) veio até Mauá, anunciar o Restaurante Bom Prato e naquele momento eu conversei com ele. Fiz muitas reuniões com o Marco Vinholi (Secretário Estadual de Desenvolvimento Regional) e o Acácio Miranda (Secretário Geral do Consórcio) foi várias vezes falar com ele também”, disse o prefeito que tinha a expectativa muito grande de que esse repasse começasse a ser feito já em outubro, o que ainda não aconteceu, faltando poucos dias para o fim do mês. “Mandei mensagem para ele (Vinholi) hoje e vou mandar na segunda-feira (25/10) novamente. Ele tem nos atendido como atendeu nos leitos de UTI para o Nardini, em janeiro quando chegamos a 100% de ocupação e temos expectativa de que, em breve, o Nardini terá o recurso para melhorar o atendimento da população”.
Viário
Outro projeto da prefeitura de Mauá na área do transporte é o complexo viário Bruno Covas que seria construído partindo de uma via paralela entre a avenida Rosa Fioravante perto do Shopping da cidade até o Jardim Zaíra, com um viaduto na avenida Barão de Mauá. O complexo está orçado em aproximadamente R$ 80 milhões e já foi apresentado ao Estado. Enquanto aguarda resposta, a prefeitura tenta destravar algumas verbas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Estamos conversando com a Caixa e isso deve trazer R$ 20 milhões para os muros de contenção da Rosa Fioravante, isso já é uma parte da obra. Eu não posso ficar só com o pedido para o Estado e passar o mandato sem conseguir entregar nada, então estou indo em várias frentes atrás de recurso”, disse o petista.
Pandemia
Mauá já aplicou aproximadamente 600 mil vacinas contra a covid-19 e isso, somado a ocupação de leitos para covid, em torno dos 20%, traz tranquilidade para o início de uma volta à normalidade, segundo Marcelo Oliveira, porém ainda há alguma preocupação, por isso a prefeitura não determinou a obrigatoriedade do ensino presencial na rede municipal. “A volta não é porque a pandemia acabou, porque ela não acabou, é porque avançamos com a imunização. Nas escolas vamos voltar 50% no começo de novembro. Estamos nos preparando, nos resguardando, conversando com os professores, não é algo feito só por nós os professores e os pais estão acompanhando”, disse. O retorno com 100% dos alunos só deve acontecer em 2022.
Por fim o prefeito falou da parceria que a cidade quer fazer com clínicas particulares para a realização de exames de mamografia. “A concorrência está na rua para termos essa parceria com as clínicas privadas e fazer os exames de mamografia, queremos zerar a fila”, conclui.