Comunidade escolar reage a anúncio de fechamento de colégio estadual

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Pais, alunos e professores da Escola Estadual Professora Pedra de Carvalho, no Jardim Vera Cruz, em São Bernardo, realizam nesta quarta-feira (22/9) ato em protesto sobre notícias de que o colégio seria fechado. A comunidade escolar é contra o fechamento do colégio pela sua história no bairro, além do prejuízo que alunos e pais teriam. O ato não mira apenas o Estado, mas também a Prefeitura, proprietária do imóvel que agora o quer de volta. As administrações estadual e municipal garantem que a escola não irá fechar, mas passará a atender apenas o curso Fundamental I sob gestão do município.

O coordenador da Apeoesp (Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Aldo Santos, avaliou como absurdo o fechamento de uma escola. “Numa cidade como São Bernardo, que precisa de mais vagas, fechar escola é um contrassenso. Ao que parece, a Prefeitura quer usar a escola para abrigar uma Emeb (Escola Municipal de Ensino Básico), que estava no bairro Planalto e cujos alunos já ocupam parte do Pedra. A transferência foi para reformar a Emeb, mas a reforma não saiu, e os pais de lá reclamam que a reforma não saiu e os pais daqui reclamam que o Pedra vai fechar”, analisa.

Para Santos, a escola é mais do que simplesmente um prédio, faz parte da identidade do bairro. Diz que, além da boa estrutura e do muito bom quadro docente, a escola é um produto imaterial do bairro e é um absurdo tomarem essa decisão, sem falar com a comunidade, com os pais, professores e com a Apeoesp. O ato está programado para as 13h, em frente à escola. “Esse vai ser uma primeira mobilização, o que não descarta outras manifestações que podem ser em frente à Câmara e à Prefeitura. Outros caminhos seriam representações ao Ministério Público e ao Conselho Tutelar, pois essa situação trará problemas para os alunos que terão de procurar outra escola, talvez mais longe de suas casas”, diz Aldo.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo admite que vai assumir o controle do prédio e que irá manter uma escola no local. “A Prefeitura de São Bernardo informa que não irá fechar a escola. A mesma está sendo transferida como escola do município, considerando que o prédio já pertencia ao município. Acrescenta-se que o município tem trabalhado, ao longo dos últimos anos, para ofertar uma Educação de qualidade a todos, tanto no que diz respeito ao aprendizado, quanto às condições adequadas de infraestrutura para estudantes e profissionais, além da ampliação da educação em tempo integral. No caso da EE Pedra de Carvalho, está sendo realizado amplo diálogo entre a Prefeitura, governo do Estado e comunidade escolar para dar consecução à Educação Integral no município”.

Mudanças

A Diretora de Ensino de São Bernardo, Vanderlete Chiuffa, lamentou que as informações tenham chegado distorcidas à comunidade escolar. Ela garantiu que a escola não será fechada, mas que irá atender ao ensino fundamental I (de primeira à quinta séries) sob gestão da Prefeitura. Os alunos do fundamental II (da sexta à nona séries) e dos três anos do ensino médio serão transferidos para escolas próximas e ainda poderão optar pelo ensino integral.

“Tudo isso foi um mal-entendido; o prédio é municipal e o município vem pedindo o imóvel de volta para expandir a sua rede de ensino integral de primeira à quinta. Como a demanda do Pedra de Carvalho tem caído, preparamos essa mudança, que foi feita com planejamento, nada foi feito do dia para a noite. A escola tem 72 salas de aula e atualmente são usadas apenas 26. É uma escola muito grande que vem sendo subutilizada”, explica.

Os alunos do ensino fundamental II que sairão do Pedra de Carvalho, um total de 622 estudantes, terão duas opções de transferência; a escola Professora Vilma Anselmo Silveira, no bairro Planalto, e o colégio Maria Auxiliadora Marques, no Jardim Belita. Já os alunos do ensino médio irão para a escola Francisco Prestes Maia, também no bairro Planalto. Para os alunos que optarem pelo ensino integral, poderão optar pela escola Professora Julieta Vianna Simões, na Vila Rosa. As escolas de destino ficam a menos de um quilômetro do Pedra de Carvalho. A diretora de ensino garantiu que os alunos terão bons colégios para escolher e ainda haverá transporte com ônibus fretado da porta de casa até as novas escolas. Vanderlete Chiuffa disse que a diretoria de ensino vai facilitar a matrícula dos alunos nas novas escolas e garantiu que os professores terão suas vagas garantidas.