A gamificação é uma estratégia que, cada dia mais, vem ganhando espaço nas instituições de ensino. Impulsionada pelos avanços tecnológicos e com grande eficácia também no modelo offline, a aplicação dos jogos têm trazido benefícios importantes para a formação e aprendizagem dos jovens, conforme defende o professor e doutor em Educação, Adalberto Mohai Szabó.
Em entrevista ao RDtv, o professor declara que os jogos em si promovem uma série de estímulos visuais e sensoriais, associados ao conteúdo escolar, que estimulam a memória do aluno. “Assim, as atividades baseadas na gamificação contribuem para que a criança ou o jovem se lembre com mais facilidade do material trabalhado, pois o processo de absorção melhora ao se conectar com o lado lúdico dos games”, explica.
Além disso, a estratégia melhora também no processo de assimilação dos estudantes, uma vez que eles retêm com mais facilidade o conhecimento adquirido na atividade que utiliza os jogos. “E isso engloba não só os jogos virtuais, mas também os analógicos e os offlines. Convém gamificar um tema se for para colher bons frutos e, assim, tornar o ensino mais prazeroso, com uma metodologia mais fácil e que coloque os alunos na condição de agentes ativos”, enfatiza o professor.
Para Szabó, um dos tantos benefícios que a gamificação proporciona é a forma ao qual os alunos passam a encarar as atividades. “É muito comum que os alunos encarem as aulas e as lições como algo massante ou obrigação. Com os jogos, isso muda e as aulas se tornam mais dinâmicas, mais rápidas e os alunos acabam retendo melhor as informações”, salienta o docente ao citar que a maior contribuição do jogo se dá quando ele é aplicado adequadamente dentro da sala de aula.
Um jogo analógico, além de trazer resultados expressivos dentro de sala de aula, pode ser uma ferramenta de aprendizagem para os estudantes, que contribuem no processo de elaboração e prática do game. “Muitas vezes os gastos são simples: papel, caneta, cola e outros pequenos recursos. Mas é todo o processo de criação do game que varia e faz com que o aluno entre no mundo lúdico e também aprenda nesse processo”, justifica.
Neste processo, os estudantes podem aprimorar também a concentração, pois é estimulado o processo de criatividade e, após isso, a competição saudável entre o grupo para solucionar os desafios de forma correta para avançar de fase nos games. “Isso nos leva a crer que além do aluno estar absorvendo conhecimento de forma dinâmica, também está desenvolvendo outros sentidos espontaneamente”, aponta o professor.
Para os próximos meses, além da pandemia, o docente acredita que o processo de gamificação será aperfeiçoado e haverá mudança no processo de aulas expositivas. “As aulas já foram mudadas aos poucos, em todos os níveis de ensino e isso continuará acontecendo mesmo após a pandemia”, diz. “Os cursos precisam acompanhar o momento que o mundo vive e com a gamificação a situação não é diferente”, acrescenta.