A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara de Rio Grande da Serra, que apura possível fura-fila na vacinação contra a covid-19 na cidade, já ouviu várias pessoas e, segundo o seu presidente, o vereador Claudinho Monteiro (PTC) já há indícios que podem comprovar as irregularidades. Pelo menos dois casos de pessoas que não estavam nos grupos prioritários para a vacinação foram imunizados com o primeiro lote da Coronavac, que chegou ao município em janeiro.
Segundo Monteiro em um dos casos um funcionário assinava a folha de ponto na Secretaria de Serviços Urbanos e outro ponto na Secretaria de Saúde. “Outro caso consta no cadastro do Vacina Já que tomou a vacina, mas ele afirma que não tomou e que vai apresentar exame como prova de que não tomou. Então alguém tomou no lugar dele”, comenta. A CPI já juntou farto material em depoimentos e documentos, mas o principal documento depende da prefeitura e desde a instalação da comissão em maio, ainda não foi apresentado; a lista de vacinados com as vacinas que vieram no primeiro lote. “Temos muita coisa, mas o principal é essa lista e a prefeitura não nos fornece. Ela seria boa até para isentar a prefeitura de responsabilidade. A prefeitura precisa ajudar a agilizar o processo”, comenta o parlamentar.
A comissão, que é formada também pelos vereadores Benedito Araújo (PSB) e Marcelo Akira (Podemos) e se reúne praticamente todos os dias. De acordo com o regimento da Câmara a comissão tem o poder de convocar pessoas para prestarem depoimento e até agora apenas um se negou a atender o pedido do Legislativo; o secretário de Governo Pedro Wilson Marques Estanqueira, o Bacalhau. “Ele se negou a assinar o ofício; era para ter vindo na quinta-feira (10/06) mas não quis. Acredito que ele virá na próxima semana”, comentou Monteiro. Na próxima semana também deve falar na comissão a secretária de Assuntos Jurídicos, Bárbara Regina Ferreira da Silva.
O presidente da comissão disse que pretende encaminhar tudo o que for apurado para o Ministério Público Estadual e também para o Ministério Público Federal. “É muito difícil para nós apurarmos, se a prefeitura colaborasse seria bom. Nosso trabalho está acontecendo dentro do previsto, pelo que vimos até agora os funcionários apontados são os menos culpados”, completa.