Ao atender uma denúncia de violência doméstica, na noite deste domingo (16/05), os policiais militares do 6° Batalhão da Polícia Militar, não sabiam que poderiam estar diante de um homem que é procurado no estado do Ceará e que é conhecido por integrar uma facção criminosa. O homem identificado inicialmente como um empresário de 38 anos, ofereceu R$ 1 milhão para não ser preso. Ele apresentou um documento, que aparenta ser verdadeiro, mas com outro sobrenome, por fim, ele foi indiciado por violência doméstica, lesão corporal, ameaça e corrupção ativa.
Segundo o boletim de ocorrência registrado no 3° Distrito Policial de São Bernardo, a PM chegou um condomínio na avenida Piraporinha, no bairro Jordanópolis, após o síndico de um condomínio ter encontrado um bilhete de uma mulher que pedia socorro, pois estava presa em um dos apartamentos. Quando a PM chegou ao local encontrou o casal, sendo que a mulher estava em um sofá chorando. Ouvidos em separado, a mulher disse que queria terminar um relacionamento de 10 meses de namoro e por isso foi agredida fisicamente. Ela contou ainda que o homem quebrou seu celular e ainda a impedia de deixar o apartamento. Segundo a PM a mulher também contou que descobriu que o homem era procurado no Ceará e que desconfiava de suas atividades porque ele usava 4 celulares.
O homem se identificou como Antônio Márcio Saraiva Pinheiro, que seria um cidadão paulista, segundo a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) que apresentou. Em conversa já na viatura de polícia, o homem admitiu ser Antônio Márcio Renes Araújo, que já foi condenado há 197 anos de prisão por tráfico internacional de drogas. Os policiais apreenderam documentos que comprovariam essa ligação dele com o crime e que estavam escondidos na sanca de gesso da sala. Neste momento o homem ofereceu R$ 1 milhão aos policiais para não ser preso.
Se confirmada a identidade do homem preso, a polícia tirou de circulação um homem que era procurado da polícia cearense desde 2018, quando foi solto por uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sob o argumento de que ele não poderia ser preso sem condenação em segunda instância. Renes Araújo foi preso em 2015 durante uma operação da Polícia Federal na investigação de tráfico internacional de drogas. Segundo a apuração da PF na época, ele foi apontado como elo importante de uma quadrilha que transportava drogas entre a Bolívia e o Ceará e entre o Rio Grande do Norte e a Europa.
A polícia ainda aguarda a confirmação da verdadeira identidade do homem preso, foi colhido material grafotécnico que será confrontado com as impressões digitais que a polícia do Ceará dispõe. Por precaução a justiça decidiu manter o acusado preso. Além da questão de identidade houve flagrante quanto à violência contra a mulher e por isso Antônio Márcio foi levado para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros.