Em parceria com o Parque Tecnológico de Santo André a UFABC (Universidade Federal do ABC) vai abrir seu laboratório para desenvolvimento de processos industriais com tecnologia da Indústria 4.0. A prefeitura andreense, através do Parque e de suas ligações com as entidades que reúnem o setor industrial está divulgando a iniciativa como forma de auxiliar as empresas que têm maior dificuldade de acesso a essa tecnologia para o desenvolvimento de processos e de protótipos. O laboratório, chamado de Smart Testbed UFABC, vai ser apresentado durante workshop que acontece nesta quarta-feira (28/04) às nove da manhã. As inscrições podem ser feitas no link https://www.sympla.com.br/workshop-smart-testbed-ufabc__1148164.
Para o secretário de desenvolvimento econômico da prefeitura de Santo André, Evandro Banzato, o Smart Testbed UFABC vai melhorar o ambiente de negócios na cidade e a competitividade das empresas, além de proporcionar melhor qualificação da mão de obra. “Essa é uma parceria fantástica. A indústria demanda estruturas mais enxutas e esse grande laboratório da UFABC é fundamental para o fomento. O poder público vem atuando como um fio conectando todos esses atores focados na ciência, na tecnologia e na inovação”, relata.
Segundo a Fundação Seade, praticamente 21,3% do PIB (Produto Interno Bruto) de Santo André vem da indústria. “Então a gente tem que apresentar alternativas para essas empresas avaliarem e testarem seus produtos. A UFABC já tem até um protótipo, um braço mecânico que é o primeiro projeto encaminhado dentro do Smart Testbed da UFABC e tem muita coisa boa acontecendo. No Parque Tecnológico temos o Birô de serviços e o Hub de Inovação e logo virá o Cite (Centro de inovação Tecnologia e Empreendedorismo) que é um projeto que vai funcionar no antigo prédio da Rhodia, onde teremos um espaço totalmente voltado para inovação e capacitação. Estamos terminando o projeto executivo, depois terá a licitação para a adequação daquele espaço e acreditamos que até 2022 estará pronto”, anuncia Banzato.
A professora de Engenharia de Gestão e do Programa de Pós-Graduação de Engenharia e Gestão da Inovação da UFABC, Franciane Silveira, explica como funciona o laboratório industrial de experimentação das tecnologias 4.0. “Além de treinar os alunos a gente quer desenvolver protótipos e provas de conceitos para colaborar com as empresas. O Smart Testbed é equipado com as mais modernas tecnologias da indústria 4.0 como: impressoras 3D, tecnologia de internet das coisas, robôs colaborativos, realidade virtual e sistema de rastreabilidade, entre outras tecnologias. O objetivo é desenvolver, a partir desta plataforma de experimentação, protótipos para as empresas, provas de conceito, tanto de produtos quanto de serviços. O público alvo é composto por pequenas e médias empresas, já que as grandes já estão implantando as tecnologias 4.0 em suas fábricas”, detalha.
O primeiro protótipo desenvolvido no laboratório com tecnologia 4.0 foi um braço mecânico, desenvolvido na UFABC e concebido nas impressoras 3D do local. O projeto foi atração do Carnaval de 2020 da escola Rosas de Ouro que falava justamente da Indústria 4.0. O próximo projeto, que já está em desenvolvimento, é um tipo de exoesqueleto para uso do trabalhador de fábricas que fica muito tempo em pé desenvolvendo sempre a mesma atividade. Com ele o operário poderá sentar por algum tempo e manter a capacidade de deslocamento.
O recurso para montar o laboratório veio da ABDI (Associação Brasileira para o Desenvolvimento Industrial). Além da associaçãoo Smart Testbed também tem como parceiros o Itescs (Instituto de Tecnologia de Santo André), Coalização Digital ABC, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha, SAE Brasil e a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal do ABC.
Segundo Franciane Silveira, a ideia é trocar as experiências fazendo a indústria colaborar também com o desenvolvimento das habilidades dos alunos. “A gente não vai cobrar uma hora de serviço das empresas, a nossa ideia é que a empresa faça o protótipo e depois pague, por exemplo , a bolsa para o aluno ou insumo para impressora 3D, o que pode ficar mais em conta para a empresa”, explicou.