Em exato um ano de pandemia, entre março de 2020 e fevereiro de 2021, foram abertas 12.811 empresas na região do ABC enquanto 5.581 encerraram suas atividades, um saldo de 7.230 empresas. O levantamento feito pela Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) a pedido do RD não leva em consideração os MEIs (Microempreendedores Individuais).
O levantamento, apesar de aparentar uma situação positiva – em um ano duramente marcado pelos efeitos da pandemia como fechamento de comércio, isolamento social, que trouxe também o desemprego -, não mostra, no entanto, o porte das empresas que foram abertas. O movimento que se vê claramente é que entre os meses de julho e dezembro, o momento mais agudo da pandemia no ano passado, o movimento de abertura e fechamento de empresas foi maior.
A abertura de empresas maior que o fechamento delas se confronta com os números do desemprego na região em alta em praticamente todo o ano nas sete cidades. Levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, mostra que o ABC teve saldo negativo de 8.369 postos de trabalho entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2021.
A conclusão é que empresas com maior número de empregados fecharam e outras com menos trabalhadores, ou apenas o dono, foram abertas. O professor de economia e coordenador do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Jefferson José da Conceição, segue essa linha ao analisar os números. “Vemos que a abertura de empresas tem sido, mês a mês, entre 2 e 2,5 vezes maior que o fechamento. Uma análise mais fina do processo de abertura e fechamento de empresas requer que os dados estivessem detalhados por porte de empresa e por segmento de atividade econômica (indústria, comércio e serviços). Minha hipótese é de que devem estar sendo fechadas empresas de grande e médio porte; e abertas, empresas de pequeníssimo porte, a maior parte delas MEI, como fruto do desemprego crescente no país”, analisou.