A mudança do Plano São Paulo de combate à covid-19, que entrou em vigor na segunda-feira (25/01) determina novas regras para frequentar tempos religiosos que podem receber público até 50% da capacidade. Porém as igrejas já adotam os protocolos mais que necessários desde o ano passado quando, após um período de impedimento, voltaram a receber os fiéis. O protocolo também reza que os religiosos devem manter distância de 1,5 metro, no mínimo e não são permitidos eventos com pessoas em pé. A exceção dos cultos afro, que tem orientação para não receberem público, as demais religiões seguem com suas celebrações seguindo protocolos.
A Igreja Católica no ABC informou que adotou como protocolo receber público até 30% da capacidade das igrejas. A Diocese de Santo André diz que apesar de receber os católicos para as missas presenciais, as celebrações continuam sendo transmitidas pela internet. O sacramento da Crisma, já tem algumas marcadas para fevereiro próximo. Casamentos e batismos acontecem com público reduzido e a catequese só com aulas online. A igreja também informa que reforça as medidas de distanciamento social mínimo de dois metros, uso de máscaras e álcool em gel nas celebrações, bem como as igrejas são mantidas bem ventiladas. A orientação para quem for dos grupos de risco é que assista as celebrações online.
O pastor Eduardo Furtado, da Igreja da Graça de Santo André, diz que a igreja está respeitando protocolos do governo desde o início da pandemia. “Temos medição de temperatura, público reduzido, medição de temperatura e incentivando e orientando o povo para quando chegar a hora da vacinação para tomar a vacina e tomar todos os cuidados, como usar máscara. Não podemos ser ignorantes a respeito da covid-19 que é uma realidade. A bíblia nos diz que devemos vigiar, então estamos sendo vigilantes”, disse o líder religioso.
Cassio Lopes Ribeiro, presidente da Fucabrad (Federação de Umbanda e Cultos Afro de Diadema) disse que as celebrações nos templos estão suspensas há dez meses desde o início da pandemia. “A recomendação é que os terreiros não toquem, porque a religião é de contato, servem-se bebidas consagradas que passa de um para o outro. São atitudes que ajudam a propagar a covid-19, por isso recomendamos que os locais não recebam público. Às vezes alguma mãe ou pai de santo faz um ritual com seus filhos de fé, mas são reuniões restritas e todos usam máscara e nesses encontros geralmente não há incorporação”, explica.
Ribeiro diz ainda que os rituais dos cultos afro estão prejudicados sentem falta. “Estamos sofrendo muito, mas fica difícil a celebração sem que haja contato, pois o vírus é indiferente à religião e mata mesmo. O Orixá é vida e não fica contente sabendo que um filho do terreiro pegou covid por causa do ritual. Saudade a gente sente, mas é para o bem de todos”.
O Templo Budista Jogan Ji Fudô Myo, em Diadema, mantém suas atividades normais. Segundo os responsáveis pelo templo, em geral são poucas pessoas que frequentam o templo, que fica próximo ao Centro da cidade. “O povo está doente e precisa de consulta espiritual. Já é regra nos templos budistas o calçado ficar do lado de fora. O nosso templo é muito grande e vem poucas pessoas aqui, em geral da comunidade japonesa, muito discretos. Os idosos também não estão vindo”, informou a direção do templo.