O livro “A Era Digital e o Trabalho Bancário”, que tem pré-lançamento neste sábado (05/12), traz 29 artigos fazendo um panorama do sistema bancário atual, das relações de trabalho com a modernização e digitalização e frente a crise gerada pela pandemia da covid-19. Além disso a obra traz ainda sugestões dos autores para a região e o sistema financeiro superem a crise. Em entrevista ao RDTv o presidente do sindicato, Belmiro Moreira, e o professor de economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Jefferson José da Conceição, ambos autores no livro, falaram sobre os assuntos abordados na obra.
O pré-lançamento acontece em roda de conversa as 17h30. E no dia 12/12 será feito evento reunindo os autores para o lançamento oficial. A obra está disponível para download gratuito no site do sindicato.
“O livro tem forte conteúdo regional, mas muitas das ideias e proposições são em nível nacional. O sindicato nos ajudou a reunir cabeças para cumprir esse desafio. Temos 29 artigos, 38 autores em livro de 465 páginas divididas em seis partes que discutem o sistema financeiro de maneira mais ampla, a tecnologia, as relações de trabalho, diversidade e gênero. Então temos espectro de discussões muito amplo”, analisa o economista da USCS.
Na obra o leitor terá também a perspectiva dos autores de como deve ser a recuperação da economia após a pandemia. “Um aspecto importante que não vamos encontrar em outros livros é que o sindicato solicitou a cada autor que ao final do seu capítulo, que apresentasse um conjunto de propostas para o Brasil e para a região, em termos de sistema financeiro. Isso é um elemento absolutamente inovador que não vai se encontrar em outra publicação”, aponta Jefferson José da Conceição.
Belmiro Moreira explicou como foi a elaboração do livro. “Fizemos convites para vários sindicalistas, dirigentes bancários, mas não só isso tivemos a honra de ter o prefácio do professor Ladislau Dowbor e também um artigo do professor Jefferson e outros especialistas do mundo sindical e do mundo financeiro. O conteúdo do livro dialoga muito com as transformações do sistema financeiro, do sistema bancário, da economia país, numa reflexão que vem num momento importante, logo após as eleições, pensando a economia para o próximo período e pensar como utilizar o sistema financeiro para que a região e o país saiam da crise”.
A moeda digital, o banco digital, as compras pela internet e o home-office dos bancários são temas que estão no livro colocados como preocupações à luz da segurança dos dados e da relação de trabalho. “No meu artigo coloco minha trajetória de 30 anos no sistema bancário desde o início da automação bancária até os dias de hoje com os bancos digitais. Hoje o consumidor bancário tem todos os seus dados expostos no sistema financeiro e na internet. Com a pandemia tivemos que discutir com os bancos o distanciamento social e a vida das pessoas. Os bancos assumiram compromisso de não demissão, mas acontece que a competição entre eles tem feito com que eles passem por um processo de reestruturação e tem movimento de fechamento de agências e fechamento de postos de trabalho que se acelerou de meses para cá. Tecnologia tem que vir para o bem e para o fortalecimento do sistema. Mas precisa ter trabalhador”, analisa o sindicalista. Que completa: “Com a reforma trabalhista temos assistido a precarização do trabalho, contratação por PJ, trabalho intermitente, que não estão garantidos na convenção coletiva de trabalho e que precarizam o trabalho e o atendimento”.