A ex-deputada estadual e filha dos prefeitos Leonel Damo e Alaíde Damo, Vanessa Damo está tranquila quanto a viabilidade da sua pré-candidatura a prefeita de Mauá pelo MDB. Havia alguma dúvida sobre quando terminaria o tempo de inelegibilidade da emedebista que foi condenada por distribuir, na campanha de 2012, material apócrifo que atacava seu adversário Donisete Braga (hoje Pros, na época PT). Vanessa perdeu o mandato de deputada e ficou inelegível oito anos. Para ela a sua pré-candidatura representa um recomeço na na vida pública depois do afastamento da política, não apenas após o processo, mas depois de passar por problemas pessoais também.
“Fiquei oito anos fora da vida pública por causa de um panfleto. Fui inocentada na esfera civil depois de quase 7 anos, isso dá um alívio muito grande. Os oito anos terminariam em 7 de outubro, mas com as eleições remarcadas para 15 de novembro já espanta por completo a impossibilidade. Mesmo assim o MDB tinha todo o argumento jurídico para sustentar a eleição”, comentou Vanessa.
Sobre o recomeço da vida pública, Vanessa fala do apoio da família, falou do pai que, aos 88 anos, a ajuda muito na política e da mãe, cujo perfil sempre foi de bastidores, mas que assumiu duas vezes o atual mandato, quando o prefeito Atila Jacomussi (PSB) foi preso. “Passei por umas situações muito difíceis na vida pessoal. Agora com minhas filhas e meus pais junto comigo e a vida organizada consigo voltar.
Nesse tempo atuei em ONGs (Organizações Não Governamentais) é uma questão que eu gosto, sou vocacionada pois acho que tem que usar o sofrimento, não para se vitimizar, mas para ajudar. Me reconstruir como mulher, mãe, ser humano e como pessoa pública também. Aprendi também a não ficar brigando e não perder tempo, pois as pessoas estão cansadas de promessas que não podem ser cumpridas e de baixaria”, disse a pré-candidata em entrevista ao RDtv.
Ela também disse que está reaprendendo também a fazer política através dos meios digitais. “Para mim é difícil sai às ruas de máscara, sem poder chegar próximo das pessoas”, disse. A ex-deputada avalia que as 18 pré-candidaturas que foram colocadas em Mauá refletem a crise política da cidade. “Esse é um cenário bastante conturbado. Essa pulverização acaba favorecendo quem está no governo, que aparece mais. Não sei como será o segundo turno, mas todos que não são governo terão dificuldade. A população de Mauá está traumatizada, quer mudança e isso propiciou o maior número de pré-candidatos”.
A convenção do MDB de Mauá deve ocorrer entre os dias 10 e 15 de setembro e o posto de vice ainda não está definido. Não há definição nem se ele será do mesmo partido. Como seu grupo político fez um casamento “ruim”, como Vanessa mesma diz, na última eleição com Alaíde vice de Jacomussi e os dois rompendo logo no início do mandato, a pré-candidata considera essa definição crucial para a chapa que irá disputar o paço. “Não vale a pena vender a alma para o diabo para vencer a eleição. Tem que ter critérios. A escolha do vice é um segundo casamento, um casamento político, pois ele soma o que tem de negativo também. Que possamos casar corretamente e que seja bom para a cidade. Estou aberta para os flerts”, brincou a emedebista.
Vanessa reforça que a crise política deixou os eleitores de Mauá traumatizados, mais até do que com os efeitos da covid-19. “As pessoas ficaram arrependidas de votarem no projeto do atual prefeito. Tivemos duas prisões e isso foi um abalo sísmico, quando se fala de merenda e uniforme, um episódio muito triste. Se soubéssemos não teríamos colocado nome nesse projeto. Mais de 100 mil acreditaram e foi uma decepção muito grande. Na rua a gente ouve que as pessoas estão muito mais traumatizadas com o cenário de corrupção do que com a covid em si, a gente consegue ver isso conversando com as pessoas na rua”, finaliza.