Com a pandemia, a Campanha de Vacinação Contra a Raiva foi adiada em São Paulo, sem previsão de volta. A ação, que costumava acontecer em agosto e setembro, foi cancelada para evitar aglomerações e, consequentemente, a propagação do novo coronavírus (Covid-19). Segundo o médico veterinário Jefferson Vilela de Oliveira, a aplicação da dose anual é importante para manter o controle da doença, que atinge animais e humanos e não tem cura. Na rede particular, o valor da imunização vai de R$ 55 a R$ 70 na região.
Mortal, a raiva afeta os animais após a contaminação que é provinda de morcegos, e pode levar o pet a óbito, segundo o veterinário. “Durante a pandemia os donos deixaram de sair de casa até mesmo para vacinar seus animais de estimação, o que não pode acontecer. Todas as vacinas precisam estar em dia”, ressalta. Ainda de acordo com recomendações do profissional, é necessário que o tutor siga todos os cuidados com a higiene, mas não deixe de procurar uma clínica para vacinar o bicho.
Segundo Oliveira, a época favorece a transmissão, já que os cães costumam entrar no cio e, com isso, ficam propensos a procurar mais contato com outros cachorros. Além disso, a grande incidência de queimadas pode fazer com que morcegos transmissores passem a migrar para território urbano. “Para a raiva virar uma pandemia não é muito difícil. Falta resposta do Governo Federal e dos municípios”, aponta.
Após o pet contrair a patologia, a transmissão fica ainda mais facilitada para o homem, através de mordida, ou até mesmo arranhões. “Os sintomas que se manifestam nos animais e nos humanos são basicamente os mesmos, como salivação, irritabilidade e medo de água”, completa. No caso dos cães e gatos, a doença pode exigir internação e levar o bichinho a óbito.
Para os animais que possuem a carteira de vacinação em dia, a contaminação é menos propensa do que em bichos que nunca foram imunizados, por exemplo, fato que não deixa de gerar risco. Sendo assim, a recomendação do veterinário e que, se possível, o tutor procure uma clínica particular. A primeira dose da vacina deve ser aplicada pouco após o animal completar três meses de vida, e, em seguida, deve ser seguida anualmente.