As Centrais Sindicais, preocupadas com a disseminação do coronavírus (covid-19), se reúnem para orientar entidades, reafirmar a importância do diálogo coletivo e exigir a manutenção de direitos coletivos, que garantem empregabilidade e oferta de equipamentos básicos para proteção aos trabalhadores. Em entrevista ao RDtv, o diretor e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, defendem a articulação das negociações a fim de organizar a retomada da atividade econômica.
O diretor Adilson Torres dos Santos, o Sapão, e o presidente Cícero Martinha defendem a necessidade da reunião de reivindicações comuns – ainda que em meio a pandemia – para manter o emprego e os direitos dos trabalhadores na retomada gradativa. “Estamos em uma situação que os trabalhadores empregados, mais do que nunca, precisam manter os seus empregos, mas não podemos esquecer que não deve haver a diminuição ou retalhação de seus direitos diante a isso”, defende Martinha.
Para o sindicalista, a rapidez da disseminação global do coronavírus, tem gerado muita especulação quanto aos efeitos na economia mundial, o que assusta grande parcela dos trabalhadores. “Apesar da estagnação econômica, a retomada está sendo gradativa, e o trabalhador deve seguir esse caminho dentro das limitações”, diz ao reforçar que apesar das demissões e desmonte de serviços, é necessário cautela, inclusive para a proteção social.
Uma das lutas diárias dos sindicatos, pautada nas centrais, é em relação aos cuidados básicos de higiene das empresas com os funcionários que retomam as atividades presenciais. Segundo o diretor do Sindicato, a oferta de itens básicos e medidas básicas, a exemplo do revezamento, se fazem necessárias. “Horários de refeição, vestiário e até entrada e saída dos funcionários devem ser fiscalizados”, defende Santos afirmar que ventilação dos espaços e disponibilidade de álcool em gel nas repartições é imprescindível.
Acordo coletivo
Trabalhadores que se sentirem prejudicados com falta de itens básicos de proteção e/ou com negociações individuais que possam prejudicá-los, contam com apoio do Sindicato. “Enviamos um comunicado a todas as empresas de nossa categoria dizendo que o Sindicato está aberto à fazer debate para preservação do emprego, mas desde que façamos acordos coletivos para adesão de normas”, explica. Meios legais da Justiça podem ser acionados caso as empresas quebrem o acordo com os sindicatos.
Até o momento, segundo o sindicalista, mais de 220 acordos foram feitos na região entre suspensão do contrato e redução da jornada de trabalho com redução de salário para manter os trabalhadores. “São medidas tomadas justamente para evitar a onda de demissões. Então quem tem férias vencidas, tem a possibilidade de ajustar junto a empresa para que isso seja adiantado, enquanto o público mais vulnerável, segue no esquema home office até uma nova orientação”, explica.
As Centrais Sindicais entendem que enfrentar a pandemia é a principal tarefa da sociedade e de todas as instituições comprometidas com o país. Os sindicatos informam que vêm a público exigir medidas efetivas de proteção à vida, à saúde, ao emprego e à renda dos trabalhadores. As Centrais Sindicais exigem constituir canal de diálogo que institua essas e outras medidas necessárias para preservação da vida e combate da doença.