Mesmo com o cancelamento de uma ação junto a Sabesp, que ocorreria nesta quinta-feira (11/6), o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), anunciou que a assinatura do contrato, que repassará o controle da distribuição de água da Sama (Saneamento Básico de Mauá) para a Sabesp ocorrerá na próxima segunda-feira (15/6). O município aguarda o aval definitivo do governo do Estado. A estimativa é de investimentos de R$ 347 milhões, sendo R$ 332 milhões em saneamento básico.
O socialista revelou que serão investidos R$ 219 milhões na ampliação de reservatórios, estações elevatórias, redes de água e a interligação da adutora Rio Grande com o município. Outros R$ 113 milhões serão destinados ao Fundo Municipal de Saneamento e serão utilizados para obras de encostas, drenagens, guias e sarjetas.
Outros R$ 15 milhões serão disponibilizados ao município para o chamado “banho de loja”, ou seja, obras de recapeamento asfáltico nas principais vias da cidade, algo que também foi feito nos contratos assinados com Diadema (2013) e Santo André (2019). Conforme os “vizinhos”, Mauá também terá a sua dívida de R$ 3,2 bilhões suspensa e abatida ao longo do período de contrato não revelado. A única diferença é que a autarquia estadual vai comandar apenas a distribuição de água, enquanto a coleta e tratamento de esgoto seguirá com a BRK Ambiental.
Adversários
Sem citar nomes, Atila Jacomussi resolveu rebater os seus principais adversários políticos sobre o tema e sobrou até para a vice-prefeita, Alaíde Damo (MDB), que entrou em tratativas com a Sabesp em agosto do ano passado, no meio de sua terceira passagem como prefeita, enquanto o socialista buscava na justiça o seu retorno após o impeachment aprovado em abril do mesmo ano.
“Têm muitas pessoas que preferem mentir, denegrir e causar pânico na nossa cidade. Pessoas que tinham um compromisso no passado de equalizar esse trabalho junto a Sabesp e não realizaram. Pessoas que passaram de forma interina (Alaíde), através de mandato tampão, que não foram conquistadas pelo povo poderiam ter feito isso, mas não fizeram”, disse o chefe do Executivo.
“Hoje criticam, falam mentiras, falam que vão buscar soluções, mas tiveram sentadas na mesma cadeira que Deus me colocou, que o povo me colocou e não fizeram”, completou.
Após uma série de conversas que iniciaram em 2017 e que foram interrompidas por causa da crise política iniciada em 5 de maio de 2018 com a primeira prisão de Atila pela Polícia Federal, o acordo com a Sabesp foi aprovado pela Câmara no final do ano passado, após polêmicas com vereadores de oposição que questionaram até o Ministério Público sobre o assunto.
Parte da proposta de autoria de Jacomussi foi vetada pelo mesmo após pedidos da Sabesp, fato que também gerou reclamações. A assinatura do contrato estava marcada para está quinta, porém, no início da tarde a ação foi cancelada.