Os profissionais de Educação Física e cabeleireiros estão apreensivos com o novo decreto federal do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) que inclui reabertura de academias de ginástica, cabeleireiros, barbearias e salões de beleza como serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Segundo decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), os estados e municípios devem adotar as medidas de acordo com a necessidade de cada local, o que possibilita que os serviços não tenham permissão de reabertura em todos os locais. A decisão no Estado deve vir do governador de São Paulo, João Dória (PSDB) ainda nesta terça-feira (12/5).
Para a professora de pilates Patrícia Bueno, que teve caso de coronavírus na família, a decisão de reabertura do estúdio não está certa mesmo que o governador autorize. “Eu sou autônoma, dependo dos meus alunos, mas eu prefiro que eles estejam vivos. Sei que consigo promover essa saúde pelas plataformas online, não acho necessário colocar um número muito grande de pessoas em um espaço fechado sem protocolos”, diz.
O cabeleireiro Rodolfo Mendes também vê a decisão de reabertura arriscada, mas caso o governo estadual permita a reabertura, o salão deve voltar a atender. “Estou pronto para trabalhar, mas não tenho condições de avaliar. Se for voltar tem que haver regras mais rígidas. O faturamento zerou, temos funcionárias e o impacto foi bem complicado. Pagar as contas tendo receita já é complicado, imagina pagar sem ter”, relata.
Mesmo com a restrição, Patrícia comenta que em grupos de profissionais da educação física, diversas pessoas apontaram locais que estão abertos e funcionam com as portas fechadas. “Já em seguida criou muita polêmica, muitas mensagens a favor e contra. Mas não são regras estabelecidas por profissionais da saúde, nós teremos protocolos para atender, a forma que ocorreu esse decreto não foi com profissionais da saúde”, conta. “Vi que existem estúdios que já estão atendendo, após o decreto estadual vou fazer uma pesquisa com os meus alunos para ver quem esta apto a fazer aula”, completa.
Já Rodolfo diz que pretende abrir o salão após decisão estadual, enquanto isso, tem investido em protocolos de higienização para eventual reabertura. “Só iremos abrir se liberarem, já estocamos material reciclável, vamos esperar a decisão, existe risco, mas maior risco está na rua. Sou favorável a abrir sim, mas com muitas regras de segurança”, enfatiza.