
O medo de contaminação pelo coronavírus, fez os estoques de álcool gel e máscaras ficarem completamente vazios nas farmácias e drogarias. O RD percorreu várias farmácias na região e encontrou o gel antisséptico em apenas uma. A corrida pelos produtos aumentou depois da última terça-feira (25/02) quando foi confirmado o primeiro caso da doença no estado e no país, o de um homem de 61 anos que viajou para a Itália.
Preocupada em conseguir o álcool gel, Joselma de Melo Albuquerque, corria entre os três estabelecimentos farmacêuticos do bairro Serraria, em Diadema, atrás do produto, mas sem sucesso. “Estou desesperada procurando o álcool gel, porque minha filha acabou de se matricular na faculdade e vai começar as aulas, mas estou com medo do coronavírus”, contou a mulher que mora no mesmo bairro, mas que disse que pretende percorrer toda a cidade até encontrar o antisséptico.
Josival Gomes de Sousa, gerente da Drogaria São Paulo, do bairro Serraria, disse que o produto está em falta há uma semana. “Eu informo de 5 a 6 vezes por dia a central através do nosso sistema, mesmo assim não temos recebido”, contou. O gerente diz que a procura é intensa tanto pelas máscaras como pelo álcool. Ele tem uma opção ao produto, mas admite que dispõe de poucas unidades. Trata-se do álcool 70% que é mais usado para limpeza de ferimentos. “Serve também para ser usado para a limpeza, pois é antisséptico, só não é tão prático pois é líquido”. O frasco de 50ml custa R$ 3,29.
Na SuperFarma, estabelecimento que também fica no bairro de Diadema, os dois itens também estão em falta. O gerente Márcio Rogério disse que deste quinta-feira (27/02) o álcool e a máscara estão em falta e não há previsão para o reabastecimento das prateleiras. Nesta farmácia, no entanto há uma opção, um álcool gel com hidratante, mas ele vem em uma embalagem personalizada para crianças e que por isso custa mais caro; o frasco de 30 ml. custa R$ 19,90.
Em São Bernardo a situação é a mesma. Na unidade da rede Bifarma, da avenida Lucas Nogueira Garcês, no Centro, tanto as máscaras quanto o álcool em gel acabaram na quinta-feira (27/02). Segundo a balconista Jéssica Ellen Oliveira da Silva, a prateleira foi abastecida com 30 frascos que foram todos vendidos em um dia. “Antes a gente vendia dois ou três por dia. As pessoas não param de entrar procurando”. Nesta drogaria também há a opção de álcool 70%, mas restavam apenas 12 unidades de 50ml, na tarde desta sexta-feira (28). “Recebemos mercadorias todas as segundas-feiras, mas não podemos garantir que vamos receber”, relatou Jéssica.
Em Santo André, a Grand Farma, que fica na avenida Senador Fláquer já está sem estoque de máscaras e não tem previsão da chegada de mais itens, mas tem o álcool em gel, que custa R$ 4,99 o frasco de 60ml,, porém o estoque está no fim. A Drogaria Raia também sente o impacto nos itens, que estão indisponíveis na unidade da Coronel Oliveira Lima. A farmácia chega a receber os produtos na parte da manhã, todos os dias, mas em questão de horas acabam. Na unidade, o pacote de 50 máscaras custa R$ 19,90, já o álcool em gel a partir de R$ 2,65.
Em nota rede RD (Raia /Drogasil) informa que nas últimas semanas de janeiro, a procura por máscaras e álcool em gel dobrou em suas lojas. Mas nas semanas seguintes voltou ao normal e, desde então, a empresa está providenciando a reposição de acordo com a capacidade de produção dos fabricantes. É importante ressaltar que os consumidores brasileiros não têm o hábito de usar máscara continuamente e, por este motivo, a RD não mantém este item em grandes quantidades no estoque”, diz o informe.
Redes Sociais

Nas redes sociais o impacto da epidemia mundial do coronavírus é o assunto mais comentado e as Fake News permeiam os grupos, principalmente de WhatsApp, tanto é que o Ministério da Saúde e o Governo do Estado montaram estratégias para combater as notícias falsas. No caso de São Paulo até um manual sobre a doença pode ser baixado no site www.saopaulo.sp.gov.br/
A preocupação dos governos tem fundamento porque o assunto “coronavírus” teve, em apenas 48 horas, mais de 1 milhão de comentários entre brasileiros no Twitter, e mais de 3,3 milhões de referências a doença se considerado o intervalo de 15 de janeiro até quarta-feira (26), segundo pesquisa da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP). A mesma pesquisa mostra que no Facebook, desde janeiro já são mais de 31 milhões de interações em links compartilhados sobre o coronavírus – e no fim de fevereiro, com a confirmação do primeiro caso, em São Paulo, média diária de interações pula de 100 mil por dia para 2,7 milhões.