A Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (Craisa) completa 30 anos em 2020 e busca sua modernização administrativa e financeira para adequar a autarquia ao que foi planejado em 2017 quando Reinaldo Messias assumiu a superintendência. Em entrevista ao RDtv, Messias relatou sobre os detalhes deste plano que visa o processo licitatório para transformar o Ceasa do ABC em um Mercadão Regional.
Anunciada em setembro, a licitação passou por modificações por debates realizados entre aqueles que já se utilizam de espaços que pertencem a Companhia nos bairros Vila Luzita e Santa Terezinha, fato que fez com que o edital só seja lançado neste mês de janeiro. Apesar das modificações, o superintendente alega que não houve alterações na base do projeto.
Dos atuais 63 boxes, o local passará a ter 216 e “ofertará de tudo”. Messias relatou que uma das principais mudanças no projeto é que o local seja segmentado, ou seja, para que tenha uma área específica para venda de peixes, por exemplo, outra para frutas e assim por diante.
“Desde que o governo Bolsonaro tirou os Ceagesps da pasta do Ministério da Agricultura e colocou no BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) para iniciar o processo de desestatização, abriu uma abertura para que a nossa modernização seja aproveitada por toda a região e também pela zona leste da Capital, e agora vamos promover tudo isso”, explicou.
A empresa vencedora terá que investir entre R$ 186 milhões e R$ 200 milhões, em um contrato que pode durar até 35 anos. A expectativa é que 4 mil empregos sejam gerados com o Mercadão. Além disso, existe a expectativa para que um shopping também seja construído.
Ações internas
Enquanto o futuro Mercadão não saí do papel, Reinaldo Messias celebra as mudanças administrativas obtidas ao longo dos últimos dois anos. Em setembro de 2019 a Craisa conseguiu a retomada da Certidão Negativa de Débito (CND) após pagar 27 parcelas de um acordo feito com o Governo Federal devido ao enorme número de impostos que não foram pagos.
Segundo o superintendente, a Craisa foi criada em 1990 e no ano seguinte já perdeu a CND. Desde então uma série de impostos não foram pagos e um acordo realizado em 2017 iniciou o processo de quitação, além do pagamento em dia das guias geradas durante o período.
Além disso, a aprovação para a criação de setores de Ouvidoria, Controle Interno e Comunicação também são consideradas como avanços para Messias.
“A Craisa será um modelo para o nosso país. O modelo é muito importante, é o que cuida de todo o abastecimento da cidade, da alimentação escolar, da alimentação do servidor e também da alimentação hospitalar”, explicou.
Só no caso das escolas, são 60 mil refeições diárias servidas aos cerca de 30 mil alunos. 1,6 mil em regime especial e cinco estudantes de Santo André já tem direito a uma merenda escolar, pois são de famílias que adotam a alimentação vegana.