Com um agrupamento de seus melhores textos dos últimos anos sobre a economia brasileira, o professor e coordenador do Observatório de Políticas Públicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Jefferson da Conceição, elaborou o ‘Entre a Mão Invisível e o Leviatã – Contribuições heterodoxas à economia brasileira’, livro que lançou ainda no início de dezembro deste ano.
A ideia central da obra é desenvolvida e dividida em partes, segundo o professor, que explica sobre sua estrutura. “Uma parte é sobre política econômica e monetária; outra sobre política industrial e tecnológica, seguida de política de emprego, desenvolvimento social e regional”, explica. Jefferson também conta, que o livro transita entre o embate de liberalismo econômico e a ideia de deixar toda a responsabilidade da economia por conta do Estado. “Essa última vertente é a que eu chamo de Leviatã, um monstro dos mares da obra de Thomas Hobbes, que é usado como metáfora para designar o que é o governo”, diz.
Dentre as reflexões do livro, o professor explica que o intuito é evidenciar um caminho balanceado entre as duas ideias. “A questão é que para funcionar, não pode ser nem muito Estado, nem a ausência total dele, e sim uma forma onde a sociedade se torna mais presente na economia, por meio de diálogo e interação”, afirma e conclui dizendo que o momento é ideia pra discutir sobre estas questões. “Nesse momento estamos em um dos extremos, onde se fala em privatizar tudo, reduzir a atuação do Estado na economia e reduzir investimentos públicos. Por isso a reflexão desse equilíbrio é importante”, finaliza.
Sobretudo, como forma de buscar melhorar tanto a atuação do Estado, quanto do setor privado, o professor diz que o ideal seria ter como exemplo países avançados, como a China, que combina estes dois segmentos. Além disso o coordenador salienta um modelo que leva nome de Tríplice Hélice, onde governo, universidade e setor produtivo interagem entre si. “A conversa entre esses três grupos sobre projetos estratégicos é a forma que países avançados adotam como forma de desenvolvimento econômico”, conclui.