Repaginada há apenas quatro meses, a Casa da Palavra Mário Quintana, instalada no antigo casarão da praça do Carmo, em Santo André, tem feito jus ao novo perfil traçado. O espaço respira cultura ao oferecer as mais diversas atividades gratuitas, como exposições, oficinas, peças de teatro, palestras, shows, exibições de documentários, sessões de arteterapia e de autógrafos, rodas de conversa, saraus e lançamentos de livros, entre outras ações que valorizam e aglutinam a cultura regional.
Oferecer variedade de atrações foi justamente o caminho encontrado para dar nova vida ao casarão da década de 1920 e atrair apreciadores de artes, segundo Sonia Varuzza, que coordena a casa desde março, em espécie de retorno ao lar, uma vez que a produtora cultural foi a primeira, ao lado de Claudia Dalla Verde, a ocupar o posto, em 1992. “A Casa da Palavra é equipamento público, então o público tem de se apossar”, diz.
Todas as atrações no espaço são abertas ao público, que pode participar livremente, basta chegar nos dias e horários das atividades e mergulhar na proposta. Há oficinas de francês de segunda e quarta-feira, às 19h30, além de terça e quinta, às 18h. Quem quer aprender espanhol deve comparecer de quarta e sexta-feira, às 18h, ou aos sábados, às 14h. Aulas de libras são oferecidas de segunda e quinta-feira, em dois horários, às 17h e às 18h.
Além de idiomas, o espaço tem aulas de dança aos sábados, às 10h, e pandeiro, toda quarta-feira, às 19h. A partir de 3 de agosto, aulas de flauta estarão disponíveis aos sábados, às 14h. Além de aprender a tocar, o aluno confecciona o instrumento em bambu. Para contribuir com os trabalhos voluntários dos professores, como aulas de dança e francês – ambas organizadas por refugiados -, pede-se contribuição voluntária ao final.
No espaço da Cafeteria Nacional, desde junho tem o projeto Quintas Lá em Casa!, que apresenta shows com grandes nomes às quintas-feiras, a partir das 19h, de graça. Por lá já passaram músicos, como João Cristal, o Mestre Sapopemba, Fernando Lauria, que aproveitou para lançar o álbum Gonzaguinha Palavra Por Palavra, e o poético Paulo Dantas. Enquanto aprecia os shows, o público pode degustar um bom café ou comer pizza.
Na área de literatura, além de rodas de leitura, o centro cultural promove a primeira edição da Mostra de Microcontos, com o tema Trilhas Originárias: Heranças Indígenas, programada para 26 a 28 de setembro. Com inscrições abertas até 12 de agosto, interessados podem encaminhar até três textos inéditos, cada um com até 140 caracteres com espaços. Informações podem ser obtidas no site CulturaAZ, da Prefeitura.
Projeto de pintura
Além de movimentar o espaço, Sonia tem o desafio de firmar parcerias para levantar os recursos necessários ao projeto de pintura da casa, que está pichada. A produtora cultural conta, ainda, que conversou com os meninos que picharam o local e conseguiu o apoio deles para fazer a pintura. “É importante que eles entendam que são donos da casa também e que o espaço tem de ser preservado”, afirma.
Com essas ações, a produtora cultural espera que a casa esteja cada vez mais viva e aberta ao público. “Além de centro de cultura, é casa de acolhimento. Santo André merece um lugar como este”, afirma Sonia, que reforça o desejo de firmar o local como ponto cultural para que mais pessoas conheçam os trabalhos e se envolvam. “Queremos que a casa tenha raízes e seja maior do que nós”, declara.