O advogado Rogério dos Santos e o defensor público Gabriel Kenji Wasano Misaki que defendem o casal condenado nesta quinta-feira (04/07) a 16 anos de prisão em regime fechado pela morte de Renata Miguel da Silva, vão recorrer da decisão no Tribunal de Justiça e tentar anular o julgamento. Roseane Carla dos Santos Silva e de José Nilson da Costa foram acusados pelo crime ocorrido em 2013 e acabaram condenados esta semana.
O advogado vai se basear em questões que, segundo ele, podem levar a nulidade do julgamento. “O resultado foi apertado, 3 votos a favor da defesa e 4 contra. E segundo o defensor público os 4 votos são de jurados voluntários que sempre estão plenário,o que indica que possuem uma tendencia de votar a favor do Ministério Público. Além disso exitem três motivos de nulidade provocadas pelo Promotor e julgamento contrário às provas”, resumiu Santos.
O julgamento do crime aconteceu na quinta-feira no fórum de Mauá. Cerca de 40 pessoas acompanharam o júri popular, entre eles familiares da vítima e dos acusados. O julgamento teve início pela manhã e durou praticamente o dia todo, terminando somente no fim da noite. Os acusados relataram que tentaram socorrer a vítima, mas tiveram medo e por isso deixaram a casa e fugiram. Durante o júri muita emoção, por parte dos pais da jovem e também por parte de Roseane que chorou ao ver familiares no plenário. José Nilson se manteve sério, sem demonstrar emoções.
Caso
Segundo a acusação, Renata Miguel foi atraída para a casa de Roseane e José Nilson com uma promessa de emprego de manicure. Lá morreu de overdose. O casal fugiu inicialmente para Pernambuco e depois para o Rio de Janeiro. Ambos só foram presos três anos após o crime, quando viviam normalmente no bairro de Duque de Caxias, onde tinham empregos.
Roseane e José Nilson foram denunciados por homicídio qualificado conforme o artigo 121, parágrafo segundo, inciso V que versa: “Se o homicídio é cometido para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime”.