GCMs denunciam condições de trabalho

Viatura da GCM de Santo André aguarda conserto no pátio (Foto: Divulgação)

Cansados dos plantões que excedem a jornada , equipamentos e viaturas quebrados e bases sem manutenção, os GCMs (guardas civis municipais) de Diadema, Mauá e Santo André reclamam das condições de trabalho e precariedades que impedem a efetividade dos serviços e comprometem a segurança das corporações. Os guardas entrevistados não serão identificados.

Em Diadema, os 224 guardas municipais e 170 patrimoniais, que trabalham em escala 12×36, reclamam dos uniformes velhos, armários quebrados e da parte elétrica danificada nas bases. “Um colega precisou resolver um problema elétrico e se acidentou, está afastado há 15 dias e ainda terá de passar por cirurgia. Tudo por incompetência do Paço”, reclama um guarda.

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Segundo os agentes, pelo menos duas viaturas precisam de manutenção. Pneus carecas, lanternas queimadas e sirenes quebradas têm prejudicado as rondas. “Como se não bastassem os armamentos velhos, a preocupação é duplicada com viaturas caindo aos pedaços”, reclama. Em Diadema, os guardas precisam fazer ‘vaquinha’ para comprar pó de café, copos descartáveis e até papel higiênico.

Há três meses, os guardas passaram a utilizar o aplicativo Whatsapp por causa da falta de funcionamento dos rádios. “Tiraram os repetidores – que mantém a rede de comunicação no ar –, e desde então passamos as ocorrências via Whatsapp para falar com as viaturas”, explica.

Sobre os equipamentos, a administração diz que a cidade dispõe de instrumentos adequados. Outros 51 guardas devem ser contratados para aumentar o efetivo e a aquisição de novos uniformes em andamento e serão entregues de acordo com a necessidade. A Prefeitura não informa o número de viaturas, apenas diz que “se trata de informação estratégica”, e que há processo em curso para incorporação de novas viaturas à frota.

Ferro velho
Em Santo André, as reclamações também são de toda ordem, mas as viaturas antigas e os armamentos velhos são as principais queixas. Segundo os guardas, praticamente todas as viaturas apresentam alguma falha e o ônibus fornecido pelo governo federal segue estacionado na base e mal pode ser utilizado nas operações. “Ele [ônibus] é usado como mini central de monitoramento, sem as viaturas seria nossa melhor opção, mas não liberam a saída por ser o veículo mais caro da corporação. Como vamos sair com esses ‘ferros velhos’ nas ruas?”, questiona um dos guardas. Outra reclamação é dos uniformes rasgados. “Temos guardas que são obrigados a trabalhar internamente por falta de fardas ou botas”, diz.

Recentemente, Santo André também foi alvo de denúncias de guardas aposentados, que foram desligados da corporação sem qualquer comunicado. Na ocasião, o Ministério Público expediu recomendação administrativa contra a Prefeitura por considerar pagamentos indevidos a servidores que se encontravam em gozo de aposentadoria especial, conferidos a título de risco de vida.

Com a ação, ao menos 100 profissionais foram desligados e, segundo os reclamantes, foi o suficiente para afetar a escala dos trabalhadores. “Em muitas ocasiões, os poucos guardas que temos nas ruas são obrigados a ampliar o turno para atender a demanda”, diz um guarda. A corporação possui 610 guardas.

Sem frota e monitoramento
Dos 19 veículos (17 carros e duas motocicletas) da frota de Mauá, pelo menos 17 apresentam problemas de manutenção, de acordo com os agentes. Para as rondas ostensivas, os guardas contam que dispõem de apenas um veículo. “Temos de pegar carros de outros serviços para fazer rondas e, ainda assim, sempre quebram e os guardas precisam fazer rateio para consertar”, relata um guarda.

Outra queixa em Mauá é a falta de videomonitoramento. “A empresa que fornecia o serviço foi embora, pois não recebia”, conta um guarda. Segundo a administração, está em fase de implementação o serviço de monitoramento. Nas demais cidades não houve queixas.

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