ABC - quinta-feira , 2 de maio de 2024

Cautela com exterior e cenário doméstico empurram Ibovespa para o negativo

A notícia de que os Estados Unidos devem mesmo elevar as tarifas para produtos chineses na sexta-feira volta a incomodar os negócios no exterior e atingem também o Ibovespa. Nem mesmo a informação de que membros dos dois países devem se reunir ainda esta semana limita as perdas nos mercados acionários. Às 11h25 desta terça-feira, 7, o Ibovespa caía 1,81%, aos 93.260,95 pontos. Ontem, fechou em queda de 1,04%, aos 95.008,66 pontos.

A esperança é de que as duas potências mundiais avancem nos acordos comerciais. O secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, e o representante comercial, Robert Lighthizer, afirmaram que um acordo comercial ainda pode ocorrer com a viagem da deleção chinesa à Washington esta semana, com a presença do vice-primeiro-ministro chinês Liu He. No entanto, o clima desfavorável provocado após o governo norte-americano afirmar que vai elevar as tarifas na sexta prevalece.

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Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM, por enquanto não há sinais de alta na B3, tomando como base o desempenho dos índices futuros em Nova York. “Com a notícia de que o secretário dos EUA Robert Lighthizer confirmou que as tarifas chinesas subirão para 25%, as bolsas reagem em baixa, na Europa e em Nova York. Aqui, não deve ser diferente”, diz.

Além do fator externo, o economista-chefe da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini, cita a falta de noticia doméstica, o que reforça a cautela interna.

Para completar, afirma que as confusões no governo também não devem estimular o investidor. “A falta de noticia por aqui e essas brigas estão desviando a atenção”, diz. Depois de mais ataques do escritor Olavo de Carvalho e do troco de ministros militares, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não existem grupos no seu governo, mas “um time só”.

Apesar de a primeira reunião da Comissão Especial que vai analisar o mérito da reforma da Previdência na Câmara estar marcada para hoje, não há grandes expectativas com relação a esse evento. Pelos próximos dias, acrescenta o economista, não deve ter grandes notícias relacionadas à reforma. “Temos de esperar como ficará o texto, o quanto será desidratado.”

O balanço da Petrobras, a ser divulgado nesta terça-feira após o fechamento da B3, também gera certa cautela. Isso porque a estatal deve informar resultado fraco no primeiro trimestre de 2019. O desempenho, conforme analistas, deve refletir a menor produção diante de paradas para manutenção, além da queda do petróleo brent no período. O petróleo em queda empurras as ações da estatal para baixo.

Ainda no meio corporativo, o mercado está de olho na Vale, cujos papéis cedem. O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) suspendeu decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte que autorizava a retomada das atividades da barragem Laranjeiras e do complexo minerário de Brucutu (MG).

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