Logo após o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), revelar que já havia a decisão no novo governo de incluir os militares na reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou nesta quinta-feira, 24, na mesma direção quando questionado sobre o tema. “São patriotas os militares e sabem que têm que liderar pelo exemplo”, comentou entre agendas que cumpre no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
O general Heleno também está na cidade, mas segue outra agenda. A inclusão dos militares na reforma, segundo Heleno, se daria em uma segunda fase da mudança de regras.
O presidente Jair Bolsonaro também havia dado essa mesma indicação, ainda que não declaradamente.
Segundo um participante do encontro, ele se mostrou otimista com a aprovação da proposta do Executivo pelo Congresso, mas ponderou que é preciso “ir com calma”. “Ele quis dizer que em algumas áreas, que todos sabem quais são, é preciso ter cuidado e, com isso, ficou muito claro que essas áreas serão incluídas na reforma”, disse a fonte.
Na manhã desta quinta, Guedes esteve reunido com executivos de empresas multinacionais e, na sequência, participará de um almoço promovido pelo Bank of America.
Economia de R$ 1,3 trilhão
Mais cedo, o ministro da Economia afirmou à agência de notícias Reuters, em entrevista concedida durante o Fórum Econômico Mundial, que a reforma da Previdência que o governo vai enviar ao Congresso pode economizar dos cofres públicos até R$ 1,3 trilhão.
“Nós estamos estudando os números e eles variam de R$ 700 a 800 bilhões a R$ 1,3 trilhão, então esta é uma reforma significante e que nos dará um importante ajuste fiscal estrutural”, afirmou o ministro.
A realização da reforma, segundo Guedes, dará ao Brasil um “poderoso efeito fiscal” com duração por “15, 20, 30 anos”. “Ou é isso, ou vamos nos tornar a Grécia”, disse.