Corroborada por uma redução de mais de 80% no número homicídios em Diadema, a denominada Lei Seca, que proíbe a abertura de bares e a venda de bebidas alcoólicas entre às 23h e às 6h, entrará em debate nas próximas semanas por causa da proposta do vereador Josa Queiroz (PT) para que haja a abertura de vias que possam ter um horário mais flexível, assim aumentando o consumo no município.
A cidade de Diadema se acostumou com a legislação. São 19 anos de uma lei que literalmente virou algo cultural no município. A grande questão é saber o quanto vale a pena realizar uma pequena mudança nesta lei. É claro que é levado em conta o fato da necessidade de um maior policiamento nestas vias, caso o projeto siga para a aprovação, mesmo assim é importante colocar outros fatores nesta história.
A iniciativa visa manter o público consumidor na cidade no horário noturno, já que devido à lei os diademenses se acostumaram a seguir para São Bernardo, Santo André ou a Capital para ter acesso aos bares ou baladas. Mas para isso será necessária uma maior segurança também nos bairros, pois é onde está a maior parte dos moradores.
Com esta necessidade, outro questionamento deve ser feito: existe número suficientes de agentes de segurança para este horário? Sabemos das dificuldades da Polícia Militar em todo o Estado por causa do número baixo de soldados. Além disso, devemos levar em conta a defasagem da Guarda Civil Municipal (GCM) que, apesar de não ter poder de polícia, acaba por desempenhar um papel importante no auxílio das ações policiais.
Logicamente que toda a lei deve ser debatida de tempos em tempos para ser aperfeiçoada, mas se o atual cenário não for levado em conta não haverá possibilidade de que que qualquer mudança possa dar certo, principalmente em uma legislação que, literalmente, influenciou na redução de insegurança num município tão carente como Diadema.