Inadimplência no ABC cresce 9,5% em um ano, aponta CDL São Caetano

A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano divulgou o novo balanço sobre os índices de inadimplência no ABC. Os dados de dezembro de 2023 apontam uma alta de 9,5% no número de inadimplentes na região, no comparativo com dezembro de 2022. O estudo, feito com base nas informações do SPC Brasil, também apontam um crescimento no número de dívidas referentes às contas de energia elétrica e saneamento básico. O tema foi assunto na edição desta sexta-feira (12/01) do RD Momento Econômico – Debate.

São Bernardo é a cidade que teve o maior aumento percentual no número de inadimplentes no período comparado, 10,17%, seguida por Santo André com 10%, Diadema com 9,27%, Ribeirão Pires com 8,69%, São Caetano com 8,37%, Rio Grande da Serra com 7,62% e Mauá com 6,99%.

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A média do valor devido na região é de R$ 5.260,80. Sendo que 27,23% dos inadimplentes contam com dívidas de até R$ 500 e outros 39,27% têm uma dívida de até R$ 1 mil. Para Alexandre Damásio, presidente da CDL São Caetano, a falta de educação financeira e o descontrole da riqueza colaboram para esse cenário.

“Aumentar a inadimplência em dezembro não deveria ter essa mesma porcentagem que a gente vê agora, ela foi bastante abrupta. E o que demonstra que há um início de descontrole da política de parcelamentos e da política que temos de organização financeira. Significa que algumas parcelas do Desenrola (programa do governo federal) passaram a ter algum tipo de problema e as pessoas quiseram consumir em detrimento a pagar suas contas”, justificou.

Alves e Damásio ressaltaram a necessidade do Poder Público incentivar a educação financeira e não apenas realizar programas de refinanciamento de dívidas, assim criando um cenário em que os acordos serão cumpridos sem que outras dívidas apareçam (Foto: Reprodução/RDtv)

O conselheiro do Corecon (Conselho Regional de Economia) ABC e professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e Fundação Santo André, Antônio Fernando Gomes Alves, também aponta os altos juros, a inflação e o cenário da economia regional como outros fatores que corroboram com o aumento da inadimplência.

“O efeito de desindustrialização no ABC tem se tornado muito presente. Quando falamos sobre o efeito da desindustrialização, porque um dos carros chefes para que possamos avaliar a mudança dos layouts das empresas, a queda do PIB na região e também as outras variáveis da cadeia global de valor é o nível de emprego. O emprego tem caído assustadoramente. Não é à toa que São Bernardo puxa esse índice de inadimplência”, diz.

Apesar da manutenção do cenário para que o setor bancário seja aquele em que os devedores mais têm problemas, com 69,11% das dívidas sendo referentes a essa área, chamou a atenção dos especialistas o aumento da inadimplência em relação às contas básicas como energia elétrica e saneamento básico (água e esgoto) que representam 15,98% do total.

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